terça-feira, 29 de dezembro de 2020
Eu é que faço a escolta...
domingo, 27 de dezembro de 2020
A respeito da vacina ...
“Foi no mês de Novembro de 1965 que se iniciou em Portugal um Programa Nacional de Vacinação (PNV). Este programa consistiu na distribuição à totalidade da população portuguesa, de modo organizado e de acordo com um calendário adequado, de um conjunto de vacinas. O objectivo era proporcionar a cobertura vacinal de acordo com critérios estabelecidos. Foi a vacina contra a poliomielite a que iniciou este processo de modo organizado e foi com ela que se confirmou a importância e o interesse dessa cobertura da população portuguesa.
Em 1966, o leque de vacinas foi alargado e além da vacina da poliomielite foram incluídas as vacinas da tosse convulsa, da difteria, do tétano e da varíola. A legislação já havia estabelecido a obrigatoriedade de algumas vacinas: em 1894 a vacina antivariólica; em 1962 a vacina antitetânica e antidiftérica, que tinha que ser confirmada na entrada na escola primária, no ensino secundário ou noutro estabelecimento de ensino. A vacinação contra a tuberculose (BCG) foi incluída em passos sucessivos no programa de vacinação.
Algumas das vacinas já eram administradas em Portugal antes de 1965. Contudo, não obedecia a um plano, com uma cobertura da população portuguesa e, por isso, tinha taxas de sucesso inferiores. Em 1965, foi instituído o Boletim Individual de Saúde onde se registavam as vacinas.
(...)
Mais informação disponível aqui
sábado, 26 de dezembro de 2020
2020 em revista...
quinta-feira, 24 de dezembro de 2020
Natal é a festa da vida...
1. «Hoje nasceu o nosso Salvador» (Ref. Salmo resp.)
Ressoa nesta noite, antigo e sempre novo o anúncio do Natal do Senhor. Ressoa para quem está alerta, como os pastores de Belém há dois mil anos; ressoa para quem aderiu ao apelo do Advento e permanecendo atento, está pronto a acolher a mensagem feliz que canta a liturgia: «Hoje nasceu o nosso Salvador».
Vigia o povo cristão; vigia o mundo inteiro, nesta noite de Natal que se une àquela memorável noite do ano passado, quando foi aberta a Porta Santa do Grande Jubileu, Porta da graça aberta de par em par para todos.
2. É como se a Igreja, em cada dia do Ano jubilar, jamais tivesse cessado de repetir: «Hoje nasceu o nosso Salvador». Este anúncio, que possui uma força inesgotável de renovação, ecoa nesta noite santa com particular vigor: é o Natal do Grande Jubileu, memória viva dos dois mil anos de Cristo, do seu nascimento prodigioso, que marcou o novo início da história. Hoje «o Verbo fez-Se homem e habitou entre nós» ( Jo 1,14).
«Hoje». Nesta noite, o tempo abre-se ao eterno, pois Vós, ó Cristo, nascestes entre nós vindo do alto. Do seio de uma Mulher, de todas a mais bendita, Vós viestes à luz, «Filho do Altíssimo». A vossa santidade santificou de uma vez por todas o nosso tempo: os dias, os séculos, os milénios. Com o vosso nascimento, fizestes do tempo um «hoje» de salvação.
3. «Hoje nasceu o nosso Salvador».
Celebramos nesta noite o mistério de Belém, o mistério de uma noite singular que está, de certa forma, no tempo e para além do tempo. No seio da Virgem nasceu um Menino, uma manjedoura serviu de berço para a Vida imortal.
Natal é a festa da vida, porque Vós, Jesus, vindo à luz como cada um de nós, abençoastes a hora do nascimento: uma hora que simbolicamente representa o mistério da existência humana, unindo a aflição à esperança, a dor à alegria. Tudo isto aconteceu em Belém: uma Mãe deu à luz; «veio ao mundo um homem» ( Jo 16,21), o Filho do homem. Mistério de Belém!
4. Com grande emoção interior, recordo os dias da minha peregrinação jubilar na Terra Santa. Volto com a mente àquela gruta onde tive a graça de permanecer em oração. Beijo em espírito aquela terra bendita onde germinou para o mundo a alegria imperecível.
Penso, com apreensão, nos Lugares santos e, especialmente, na cidade de Belém, onde, infelizmente, devido à difícil situação política, não poderão ter lugar, com a solenidade de costume, os sugestivos ritos do Santo Natal. Gostaria que nesta noite aquelas comunidades cristãs sentissem a plena solidariedade de toda a Igreja.
Estamos unidos convosco, caríssimos Irmãos e Irmãs, por uma oração particularmente intensa. Partilhamos o vosso temor pela sorte da toda a região médio-oriental. Queira o Senhor escutar a nossa invocação! Desta Praça, centro do mundo católico, ressoe uma vez mais, com renovado vigor, o anúncio dos anjos aos pastores: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do Seu agrado» (Lc 2,14).
A nossa confiança não pode vacilar, como também não pode faltar o assombro por aquilo que estamos a comemorar. Hoje nasce Aquele que dá a paz ao mundo.
5. «Hoje nasceu o nosso Salvador».
O Verbo chora numa manjedoura. Chama-se Jesus, que significa «Deus salva», porque Ele «salvará o povo dos seus pecados» ( Mt 1,21).
Não é num palácio no que nasce o Redentor, que vem a instaurar o Reino eterno e universal. Nasce num estábulo e, permanecendo entre nós, acende no mundo o fogo do amor de Deus (cf. Lc 12,49). Este fogo nunca mais se apagará.
Possa este fogo arder nos corações como chama de caridade activa, que dê acolhimento e apoio a tantos irmãos provados pela necessidade e pelo sofrimento!
6. Senhor Jesus, que contemplamos na pobreza de Belém, fazei-nos testemunhas do vosso amor, daquele amor que Vos levou a despojar-Vos da glória divina, a fim de nascer entre os homens e morrer por nós.
Enquanto o Grande Jubileu entra na sua fase final, infundi em nós o Vosso Espírito, para que a graça da Encarnação suscite em todo o crente o empenho por uma correspondência mais generosa à vida nova recebida no Baptismo.
Fazei que a luz desta noite, mais brilhante que o dia, se difunda no futuro e oriente os passos da humanidade no caminho da paz.
Vós, o Príncipe da paz, Vós, o Salvador nascido hoje por nós, caminhai com a vossa Igreja, pela estrada que diante dela se abre no novo milénio.
Homilia do Papa João Paulo II, Magno na Missa da Noite de Natal do ano 2000
quarta-feira, 23 de dezembro de 2020
Postos da GNR de todo o país de porta fechada durante a noite. Militares estarão no interior
Este título é revelador de uma de duas coisas:
- ou o sr Jornalista não sabe do que fala...
- ou, muito grave, o sr Cmdt Geral da GNR não conhece a realidade dos Postos da GNR (nem dos Quarteis das FA's).
MAI instaura inquérito a tiroteio no Seixal que envolveu GNR
O "defunto" Ministro da Administração Interna mandou instaurar um inquérito ao tiroteio que provocou a morte de um homem e deixou três feridos, entre eles dois guardas da Guarda Nacional Republicana (GNR).
Até aqui nada de anormal... houve uso de arma, deve-se averiguar tudo e mais alguma coisa por forma a garantir que o seu emprego foi correto e proporcional!
O caso aconteceu na segunda-feira passada, em Fernão Ferro, no concelho do Seixal, quando os militares tentavam cumprir um mandado de detenção tendo o suspeito, que se encontrava acompanhado por uma mulher, reagido e disparado contra um dos militares, seguindo-se uma troca de tiros que acabou por ferir os dois militares da GNR.sábado, 19 de dezembro de 2020
Que Portugal é este que não consegue fugir à cauda da Europa?
«Agora que já não há nem o rei nem a monarquia para culpar pelas nossas desgraças, agora que também já não há as ditaduras nem a sociedade fechada e pequenina que nos limitava, agora está na hora de olharmos para nós próprios e fazermos o que tem de ser feito enquanto vamos a tempo de alterar as coisas como pretendemos, para que nem tenhamos de voltar a passar por experiências tão traumáticas como as que vivemos após a grande crise de 2010, nem estejamos condenados a uma desqualificação paulatina dos nossos sonhos e aspirações de poder viver uma sociedade verdadeiramente mais democrática e com mais justiça.
Chegámos à Europa do mercado comum há 35 anos. Depois de termos visto destruir, como já referi, com os excessos do PREC, os poucos grupos económicos que a abertura progressiva ao exterior tinha gradualmente vindo a ajudar a fortalecer, numa espécie de exercício de autoflagelação e automutilação, ainda há, a espaços, quem pretenda culpar a Europa e as suas instituições – ou simplesmente os governos dos frugais para uns, os governos dos iliberais para outros, senão mesmo ambos ainda para os mais imaginativos - por não termos a realização e o crescimento que ambicionamos. Mas é ridículo que no país haja sempre quem estique o dedo acusador aos outros países e à Europa, quando quase todos na Europa progridem e convergem mais do que nós à medida que a integração europeia se aprofunda.
Aproximámo-nos significativamente, em termos reais, da média europeia na primeira meia dúzia de anos da integração quando eramos apenas 15 países. Mas conseguimos singularmente regredir à medida que países mais pobres e menos desenvolvidos que nós se integraram na União Europeia.
Poderá dizer-se que regredimos mais nos anos de crises que tivemos de enfrentar, o que é verdade.
Mas isso esquece que os outros também enfrentaram as crises e que a média europeia reflete esse desempenho de todos, pelo que se nos afastámos mais dos outros durante as crises, foi porque a nossa vulnerabilidade estrutural nos impõe nas crises prejuízos maiores do que aos outros.
E se somos já um dos países mais antigos da política de coesão, seremos em breve, se tudo continuar como até aqui, o que mais distante se apresentará de todos os outros, incluindo os da coesão, e daqueles em que as desigualdades de rendimento mais se apresentarão vincadas.
Que Europa é esta que só prejudica em termos relativos Portugal?
Não será, finalmente, conveniente perguntarmo-nos: que Portugal é este que não consegue fugir à cauda da Europa quando praticamente todos os outros conseguem?
A resposta terá de ser dada por nós próprios. Olhando para dentro da sociedade portuguesa e mudando o que é preciso. Mudar nas estruturas públicas e privadas.
Conseguir, se assim o desejarmos, implantar regras estáveis e confiáveis.
Responsabilizar a sociedade civil e o Estado e cultivar um exemplo de salvaguarda e de separação de interesses que possa incutir o desenvolvimento do capital social e da confiança.
Mas sabendo que um país com as nossas características e com a nossa dimensão e vulnerabilidade só pode ganhar escala e transcender-se se se voltar para fora e para o mundo. Com empresas e grupos económicos de maior dimensão e com maior ambição.
E não falo apenas do mundo europeu, falo também do mundo global, a começar pelo mundo global em língua portuguesa que tem andado tão arredado e distante das preocupações dos poderes públicos, ainda para mais quando há situações que bem reclamam uma outra atitude de responsabilidade e de solidariedade, como acontece perigosamente com Moçambique, por exemplo, cuja, pelo menos aparente, passividade portuguesa não tem explicação.»
—
Excerto da intervenção de Pedro Passos Coelho, ontem, na Academia das Ciências, na homenagem a Alfredo da Silva, sob o título “Globalização em português - revoluções e continuidades”
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
O povo (não) é quem mais ordena...
A RTP tem levado a efeito entrevistas aos pré-candidatos a PR. Confesso, em abono da verdade, que não tenho assistido à totalidade das entrevistas.
Hoje foi a vez de ouvirmos Marisa Matias e também não lhe dediquei muita atenção.
No entanto, por entre colheradas de sopa, percebi que, para esta candidata a candidata, o grande problema que assola o nosso país se chama Chega.
Longe de mim estar a defender este partido e muito menos o seu líder, André Ventura mas, o que hoje se ouviu da boca de Marisa Matias é sintomático de que alguma coisa não anda certa na cabeça desta gente.
Vejamos: diz que a principal função do PR é garantir o cumprimento da Constituição... até aqui, estamos de acordo... diz que há tomadas de posição do Chega que poderão ir contra a Constituição... sim, do Chega e não só... e, diz que não nomearia um governo que contasse com o apoio do Chega.
Depois de ouvir isto dei comigo a pensar o seguinte: se, hipotéticamente, o Chega ganhasse as eleições, também não nomearia um governo liderado por Ventura?... se sim, estamos resolvidos com a democracia que tanto dizem defender; se sim, comprovam que o povo só é quem mais ordena quando está alinhado com a sua linha de pensamento...
Sinceramente espero duas coisas: que o Chega não chegue a ser nomeado... e que Marisa Matias não tenha que nomear um governo...
PS.: continuem a discutir apenas o Chega que isto vai bem... depois queixem-se que ele sobe nas urnas!...
quinta-feira, 17 de dezembro de 2020
o triunfo da cultura da morte...
Espanha fez o seu caminho na defesa da cultura da morte e tornou-se o sexto país do mundo a aprovar a eutanásia.
Com a aprovação desta lei, aprovada hoje, fica garantida a oferta da "morte" a quem o requeira... desde que manifeste este seu "desejo de morrer" por quatro vezes e tenha uma doença irreversível e terminal.
Triste mundo em que o morrer tem que ser desejado...
segunda-feira, 14 de dezembro de 2020
Nova TAP...
Corria o ano de 2016 e o governo, por cegueira meramente ideológica, reverteu a privatização da TAP.
Corre o ano de 2020, e a situação financeira da TAP passa a ter uma justificação: o COVID-19 passa também a justificar a situação da TAP, falida...
E, o nosso dinheiro, voa para as contas furadas da TAP.
Impressionante pensar que mais de metade da chamada "bazuca europeia" será gasto neste buraco sem fundo...
Nós pagamos...
domingo, 13 de dezembro de 2020
26.000,00€
O jornal Expresso brinda-nos com a seguinte notícia:
“A economia portuguesa viveu vários picos de dívida nos últimos 150 anos. Mas o atual é um recorde absoluto
2020 vai ficar como um ano de recordes nas contas públicas por causa da pandemia da covid-19. A dívida pública deverá atingir no final deste ano um máximo de €270 mil milhões, na contabilização feita segundo o critério de Maastricht, que é o que conta para a supervisão do nosso endividamento por parte de Bruxelas. Até final de outubro, segundo a mais recente atualização feita pelo Banco de Portugal, a dívida já chegou a €268,1 mil milhões. Trocado por miúdos, aquele volume de dívida no final do ano significa que cada português, desde que nasce, tem às costas um fardo de mais de €26 mil. Em termos de salário médio atual são 20 meses de trabalho.”
O artigo está disponível no seguinte endereço: https://expresso.pt/economia/2020-12-12-A-historia-de-Portugal-contada-pela-divida-publica
sábado, 12 de dezembro de 2020
... dos filhos e dos enteados
Exmos srs Secretários,
Exmo sr Presidente da CM,
Exmos srs vereadores,
Exmos srs membros eleitos da AM,
Caros companheiros Presidentes de JF,
Público aqui presente,
Há uns tempos, a TSF, apresentou uma interessante reportagem sobre os montes alentejanos. Nessa reportagem, uma senhora, idosa, referia-se à promessa da chegada da luz elétrica e dizia em forma de lamento o seguinte: “Dizem que o sol quando nasce é para todos. Mas não é! Eu nunca tive”…
Quando, em 2013 tomei posse como presidente da JF de Rebordões-Souto, disse que a coisa que mais confusão me fazia era o facto de o Presidente da Junta de Freguesia, sendo o eleito do Poder Local mais próximo do eleitor, ser aquele que para o desempenho das suas funções tinha de andar como um pobre, quase de chapéu na mão, a pedir ao Presidente de CM que faça isto ou aquilo, não para si, mas, acima de tudo, para o povo da sua Freguesia.
Pouco depois, numa reunião na qual participamos todos os Presidentes de JF, fomos informados dos critérios que durante o mandato iriam nortear a atribuição de apoios às Juntas de Freguesia.
Quando começamos no segundo mandato realizou-se a mesma reunião e novamente, os critérios foram apresentados. No entanto, estranhamente, ou nem por isso, esses critérios definidos pela CM de Ponte de Lima para com eles tratar todas as Freguesias da mesma forma foram como que esquecidos e, nos últimos tempos, o bolo que outrora já foi enorme, começou a ser distribuído sem que para o efeito muitas vezes me pareça que haja algum critério.
Sr Presidente, como todos sabem, sou Presidente da JF de Rebordões-Souto e, é nessa função que aqui me encontro. E, é também nesta função que hoje lhe dirijo estas palavras. E, foi nessa mesma função que, ao longo destes sete anos, nesta AM, sempre votei os Planos de Atividades, as Contas de Gerência, e outros documentos. Reconheço que, por vezes, a função de Presidente de JF não me permitiu ter a independência necessária para votar estes documentos. Sempre votei, por vezes até um pouco contrariado, mas sempre em representação do órgão para o qual fui eleito, pensando no benefício da minha terra e das gentes que me elegeram e que e elegeram o Presidente de Câmara Municipal de Ponte de Lima.
Sinceramente pensei que nunca teria que vir aqui dizer isto... mas, a realidade dos últimos tempos, mostrou-me que a realidade e a importância das necessidades de alguns, tem muito mais peso que a realidade e as necessidades de outros.
Retorno ao início da minha intervenção para recordar uma coisa: o Presidente da Junta de Freguesia, o eleito do Poder Local que mais próximo do eleitor se encontra, é aquele que, lamentavelmente, para o desempenho das suas funções tem que andar como um pobre, de chapéu na mão, a pedir ao Presidente de CM que faça isto ou aquilo. Não o faz por si, ou para si, mas para a comunidade que o elegeu e que nele confiou para durante 4 anos gerir os destinos da sua terra.
E depois, este eleito do poder local, este pobre, ao longo de quatro anos, vê-se a braços com tomadas de decisões que para não dizer mais nada causam arrepios.
Assim, e por tudo o que disse anteriormente, e porque nos últimos tempos assisti a deliberações muito estranhas, pergunto ao sr Presidente da CM o que é que as pessoas da freguesia de Rebordões-Souto têm a menos que as pessoas de outras freguesias...
Neste ponto importa considerar o seguinte: todos os anos, o senhor Presidente da Câmara envia um ofício no qual pede propostas de obras ou ações a eventualmente incluir nas Grandes Opções do Plano.
Por isso, estranho que a proposta, que já data de 2014, da Junta de Freguesia de Rebordões-Souto para a realização de obras de beneficiação dos Caminhos Municipais por onde passam diariamente, repito, diariamente, os autocarros que fazem ligação entre a Freguesia do Mato e a Vila de Ponte de Lima e desde Rebordões-souto até à Vila de Ponte de Lima tenham ficado na gaveta enquanto assistimos a deliberações de largas centenas de milhares de euros para beneficiação de outras vias municipais noutras Freguesias... já para não falar no betuminoso, no betão e na pedra dos centros cívicos quando para Souto, em resposta a um pedido de apoio para a repavimentação do Adro da Igreja Paroquial se recebeu de resposta que nada poderia ser dado porque se tratava de uma obra particular... ou ainda do apoio com 70% da repavimentação do polidesportivo que há uns anos ofereceram mas que, infelizmente, fruto da má condução da obra, passado pouco mais que um ano já tinha o piso abatido... uma verdadeira esmola que deu a um pobre!... pergunto porque razão em algumas freguesias se constroem campos de futebol, noutras se relvam campos existentes e para o Campo de Jogos da Carapita, pedido desde 2016... nada!...
Bem sei que em tempos que lá vão, em Souto, foram feitas muitas coisas: um Jardim Infantil e uma Biblioteca... mas que para se arranjarem os fundos dos edifícios foi necessário a Freguesia pagar 30%; o já referido polidesportivo e o parque de estacionamento, muito bom que lá temos, mas que foram pagos em bem mais que 30% pelo orçamento da Freguesia... muitos caminhos, três viaturas, dois tratores, uma casa mortuária... mas sempre com a percentagem dos 30% ou muitas vezes bem mais da Freguesia de Rebordões-Souto.
Para além disso, e, como todos bem sabem, fomos presenteados com uma ETAR (logicamente paga a 100% pela CMPL), com um parecer positivo a uma linha MAT, e um beneficiamento de uma Rua que não pedimos mas que surgiu como contrapartida para o centro cívico de outra Freguesia...
É que é aqui precisamente que se opera esta enorme diferenciação das Freguesias. A umas apenas lhes é dado, e quando é dado, o apoio de 70%, mas para isso, e muito bem, é necessário garantir os restantes 30%. E a outras oferecem-se obras de centenas de milhares de euros
Sr Presidente, acredite que ponderei muito se devia vir aqui dizer o que acabei de dizer... há pouco mais de um mês, o senhor Presidente, acompanhado pelo senhor chefe da DSU, visitou a minha Freguesia e afirmou a disponibilidade para realizar uma das obras que pedimos há 6 anos… fiquei muito satisfeito com a promessa de realização de obras no CM 1262 (agora Rua do Mirante e Rua de Nossa Senhora do Amparo)… Fiquei satisfeito mas não descansado porque essa obra sempre foi promessa do CDS nas eleições à Assembleia de Freguesia de Rebordões-Souto. Promessa feita e sempre esquecida nos tempos em que o CDS governou a Junta de Freguesia de Rebordões-Souto e promessa aos candidatos que não venceram as eleições (pelo menos isso afirmaram).
Volto novamente ao início: o Presidente da Junta é o parente pobre, diria mais, mesmo muito pobre do Poder Local... resta-lhe a consolação de ajudar aqueles que o elegeram. Ficará com o orgulho ou a pequena satisfação de, não tendo dinheiro para grandes obras ou eventos, fazer coisas mais pequeninas... e, fica-se com a mágoa de ver que, infelizmente, e ao contrário do que se diz, a equipa dos Presidentes de Junta, não é uma equipa, mas sim um conjunto de filhos e de enteados que, impávidos e serenos, assistem à abertura, temporária, de uma torneira que, quando abre, abre, mas não para todos... e não, em Ponte de Lima, infelizmente, ou felizmente, não somos todos iguais!...
Por momentos até parece que estamos num daqueles montes isolados do Alentejo onde o sol ainda não chegou.
Termino com um desafio: a população de Rebordões-Souto, nos dois mandatos em que fui eleito Presidente de Junta de Freguesia soube distinguir o voto no Presidente da sua Junta de Freguesia do voto no seu Presidente de Câmara, dando-nos, aos dois, duas vitórias claras... Sr Presidente, ainda lhe faltam uns meses de mandato... corresponda à confiança que o povo de Rebordões-Souto em si depositou e faça com que alguns raios de sol lá cheguem.
Ponte de Lima, 12 de dezembro de 2020
Filipe Amorim,
Presidente da Junta de Freguesia de Rebordões-Souto
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
terça-feira, 8 de dezembro de 2020
domingo, 6 de dezembro de 2020
Na minha próxima vida, quero viver de trás para frente
Começar morto, para despachar logo o assunto.
Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa.
Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia.
Trabalhar 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo.
E depois, estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bebé inocente até nascer.
Por fim, passo nove meses flutuando num “spa” de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois – “Voilà!” – desapareço num orgasmo."
(Woody Allen)
sexta-feira, 4 de dezembro de 2020
Francisco Sá Carneiro - 40 anos depois
Hoje, 4 de dezembro, cumprem-se 40 anos sobre um dos dias tristes da história de Portugal.
Neste dia, assistiu-se ao hediondo crime de Camarate em que foram assassinados o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro da Defesa e mais cinco pessoas que seguiam no pequeno avião que utilizavam para se deslocar de Lisboa para o Porto e que minutos antes tinha levantado.
É triste pensar que, quatro décadas e dez comissões de inquérito parlamentar depois, os responsáveis por este crime ainda não foram penalizados e o país não consegue fechar de vez está página negra da História.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
Marcelo anuncia que anunciará no domingo recandidatura à Presidência
quarta-feira, 2 de dezembro de 2020
Descida nas tabelas do IRS dá poupança de 0,69 euros em salário de 700 e de 7 euros a quem ganha 1.750
Em primeiro lugar há que considerar que isto não é um aumento... é apenas e só uma diminuição na retenção de impostos (através da qual, todos os meses, o Estado, à custa do nosso trabalho, do nosso rendimento, vai cobrando uns trocos).
No entanto, atendendo à realidade em que vivemos, sinceramente isso não me aborrece muito. Afinal, há muito que estamos habituados a viver assim, sem aumentos... com cortes... com aumentos de taxas e taxinhas!...
O que me aborrece mesmo é a forma como as coisas são anunciadas... a forma enganosa como nos é dito que vamos ter um aumento...
domingo, 29 de novembro de 2020
Portugal ao lado da Hungria e da Polónia contra mecanismo de defesa do Estado de Direito na UE
Diz-nos o Expresso (https://expresso.pt/politica/2020-11-29-Portugal-ao-lado-da-Hungria-e-da-Polonia-contra-mecanismo-de-defesa-do-Estado-de-Direito-na-UE) que o nosso governo, defensor único das liberdades, direitos e garantias que só podem ser defendidas e garantidas pela esquerda, esteve alinhado com a Hungria e com a Polónia (Estados que violam todos os dias e em todas a horas esses mesmos direitos) nas críticas à proposta da Comissão Europeia que visava que as políticas orçamentais ficassem dependentes do respeito dos países pelo Estado de Direito.
Quem diria que o Governo Português, paladino da defesa do Estado de Direito, na hora de contar trocos (milhares de milhões de euros) para gastar com os mesmos do costume, se insurgisse contra a inclusão desta linha vermelha...
Em boa verdade, nada que surpreenda: também assim foi quando em 2015 ultrapassou outras linhas vermelhas e se associou a radicais de esquerda anti-europeístas e defensores de algumas ditaduras comunistas...
Enfim... é a ditadura do euro!!!
sábado, 28 de novembro de 2020
“poderia vir a ser Presidente da República”
Marcelo Rebelo de Sousa, por ocasião dos 40 anos do “acidente” de Camarate afirmou que Sá Carneiro “poderia vir a ser Presidente da República” e disse que ele foi Um político que sonhou uma social- -democracia à portuguesa:
“Apesar da frieza analítica com que expõe as linhas programáticas do partido, Sá Carneiro não consegue ser imune ao galope da Revolução. Os sintomas mais claros dessa, embora limitada, cedência verbal é o teor da entrevista de 10/1974 e dos discursos no comício nacional e no I Congresso, que converte nas palavras mais radicais proferidas em toda a vida política de Sá Carneiro. Exemplos: na conferência de imprensa de 30/10/1974, a afirmação de que ‘não haverá verdadeira democracia sem socialismo, nem socialismo autêntico sem democracia’; de que o PPD pretende ‘reunir todos os que comungam nos valores do socialismo democrático’; de que importa lançar uma ponte entre a construção do socialismo democrático na Europa e as experiências socialistas do Terceiro Mundo, com uma posição responsável, ‘anti- -imperialista, solidária com os países subdesenvolvidos’. No discurso do comício: o fim das guerras coloniais e a solidariedade com o início da descolonização efetiva; no reforço da unidade em torno do Presidente Costa Gomes, no combate à reação e na proibição das atividades dos partidos e movimentos neofascistas (...)”
quarta-feira, 25 de novembro de 2020
terça-feira, 24 de novembro de 2020
Presidente da República marcou as eleições para 24 de janeiro
domingo, 22 de novembro de 2020
Agora Nunca É Tarde
Com um artista lá dentro
Um poeta, um escultor, um aventureiro
Um cientista, um pintor, um arqueólogo
Um estilista, um astronauta, um cantor
Um marinheiro
E o sonho e a distância, e o tempo e a saudade
Deram-nos vida, amor, problemas, mentiras e verdade
E damos por nós mesmos descobrindo que agora
Agora se calhar, já é um pouco tarde
E nas memórias velhas e secretas da menina
Mora sempre aquele sonho de ser
Bailarina, atriz, modelo, princesa, muito rica, eu sei lá
Mas os anos correram num assombro
E a vida foi injusta em qualquer jeito
Para a chama indelével que ainda arde
E os filhos, os filhos são bonitos no seu peito
Mas agora é que, pra certas coisas
Agora já é tarde
E nos papéis antigos que rasgamos
Há sempre meia dúzia que ainda guardamos
São os planos da conquista do Pólo Norte
Que fizemos um dia com sete anos numa tarde
E que estiveram perdidos trinta anos
E agora, se calhar, maldita sorte!
Não é que por desnorte, acaso ou esquecimento
Alguém já descobriu o Pólo Norte
E agora pronto, e agora pronto, agora já é tarde
Há sempre, sempre nas gavetas escritores secretos
Cientistas e doutores
Desenhos e projectos construtores feitos em meninos
De tudo o que sonhámos fazer quando fosse a nossa vez
Cientistas em busca de Plutão, arqueólogos no Egito
Viajantes sempre sem destino
Futebolistas de sucesso do caramba no Inter de Milão
Mas o curso da vida foi traidor
E o curso da vida foi covarde
E o ciclo do tempo completou-se, e agora pronto
Agora, agora já é tarde, agora é tarde
Emprego, casa, filhos muito queridos
Algum sonhar um pouco com amigos
Às vezes sair, beber uns copos pra esquecer ou pra lembrar
E fazer ainda, é claro, um certo alarde
Talvez para esconder ou para abafar
Como é já tão demasiado e impiedosamente tarde
Ah mas não, não, não pode ser assim
Nunca é tarde para renovar, nunca é tarde pra se sonhar
Nunca é tarde
Amanhã partimos todos para Istambul
Vladivostock, Alasca, Oslo, Dakar
Vamos à selva, eu vou a Timor abraçar aquela gente
E às montras de Amsterdam
Que eu afinal também não sou diferente
E chegando a Tóquio, companheiro
Chegando a Tóquio, são horas de jantar hein
É que ainda temos que voltar por Bombaim
Passando por Macau e Calcutá
Que eu encontro Portugal em todo o lado
E mesmo fugindo nunca saio de mim
E se esse marinheiro, galã, aventureiro, esse já não há
Pois que nos cumpramos ao menos agora até o fim
No que fazemos, na diferença do que formos e dissermos
E perguntando, criando rebeldias
Conferindo aquilo que acreditamos
E o que ainda formos capazes de sonhar
E se aquilo que nos dão todos os dias
Não for coisa que se cheire ou nos deslumbre
Que pelo menos nunca abdiquemos de pensar
Com direito à ironia, ao sonho, ao ser diferente
E será talvez uma forma inteligente de, afinal, nunca
Nunca ser tarde demais para viver
Nunca ser tarde demais para perceber
Nunca ser tarde demais para exigir
E nunca ser tarde demais para acordar
quinta-feira, 12 de novembro de 2020
Gonçalo Ribeiro Telles
Há uns dias, ao Jornal Altominho, dizia que admirava Eanes, Cavaco e Passos (que ficou esquecido)... logicamente que admiro muitas outras pessoas, umas conhecidas, outras nem por isso... a memória destas está claramente dependente do facto de ter vivido no mesmo tempo delas... mas muitas outras me merecem a mesma, ou até maior admiração. Por exemplo: Salgueiro Maia, o jovem Capitão que liderou grande parte das operações do 25 de abril; Jaime Neves, o Coronel Comando do 25 de novembro; Sá Carneiro, fundador do PPD/PSD e grande obreiro da nossa democracia; o Coronel Lopes Mateus, meu primeiro comandante no Regimento de Cavalaria n.• 6; o Sr Padre António que me deu a Primeira Comunhão e me acompanhou até ao Crisma... e muitas outras que marcaram este meu percurso de vida que conta 43 anos ...
Escrevo isto porque, hoje, 11 de novembro, dia em que se assinalam 102 anos do fim da Primeira Guerra Mundial, somos confrontados com esta luta inglória contra o monstro da Covid-19 que neste dia ceifou a vida a 82 pessoas... para além destas, morreram mais algumas de legionela... e morreram muitas mais de outras coisas que por estes dias, lamentavelmente, não contam para a estatística das vidas que terminam.
Entre elas está Gonçalo Ribeiro Telles, um dos pioneiros do ecologismo na política portuguesa, que teve um papel determinante no estabelecimento de um regime sobre o uso da terra e o ordenamento do território e que ajudou a criar as zonas protegidas da Reserva Agrícola Nacional, da Reserva Ecológica Nacional e lançou as bases dos Planos Diretores Municipais (que tantos continuam a ignorar e/ou contornar) e que ajudou a escrever o articulado do capítulo da Constituição sobre Ambiente. Que grandes ensinamentos nos deixou o criador dos jardins para o Homem.
O Expresso traz-nos à memória uma grande entrevista que merece ser lida... https://expresso.pt/arquivos-expresso/2020-11-11-Se-podemos-ser-um-exemplo-sem-andar-a-chatear-ninguem-otimo-Goncalo-Ribeiro-Telles-1922-2020/?fbclid=IwAR1_bDYaMe39t9RbBikOcWz46fRVSO5zeJ84L6LdphBgmwyFQWONQKm49a8
quarta-feira, 11 de novembro de 2020
domingo, 8 de novembro de 2020
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Notícias dos dias que passam
Notícia do dia: Cristiano Ronaldo, 35 anos, atleta excepcional, infetado com SARS-COV-2, assintomático, surge a acenar numa janela.
Segunda notícia do dia seguinte: em rodapé, nas televisões portuguesas, “Hospital de Sāo Joāo no Porto cancela 20% das cirurgias para atender aumento de casos de Covid-19".
domingo, 11 de outubro de 2020
Repensar o Natal
"Se é preciso repensar o Natal em família, repensa-se o Natal em família", Marcelo Rebelo de Sousa, 09 de outubro de 2020
"As confraternizações familiares são responsáveis por 67% dos casos de covid-19 nos últimos dias", Graça Freitas, 09 de outubro de 2020
As palavras do senhor Presidente da República e da senhora Diretora-geral da Saúde têm o condão de nos recordar a experiência da Páscoa, celebrada durante a vigência do estado de emergência, e que impediu tradicionais festas pascais, tão características das nossas terras, para além, das deslocações entre concelhos ao mesmo tempo em que se aplicava o dever de recolhimento domiciliário.
Nessa altura, fomos um exemplo para todos... e conseguimos fazer rapidamente aquilo que outros não conseguiram ou não quiseram fazer e que consubstanciou no tão desejado aplanar da curva da COVID-19.
Estranhamente, ou nem por isso, rapidamente nos esquecemos que a COVID-19 anda por aqui... estranhamente, ou nem por isso, os nosso (des)governantes, devidamente apoiados no e pelo nosso Presidente da República, passamos a viver como se a COVID-19 tivesse passado e até nos indignamos quando os ingleses impuseram a quarentena a quem visitasse Portugal.
Esta foi a fase em que a ciência perdeu para o dinheiro; imposta a ilusão do afastamento social, a falsa segurança da máscara, tantas vezes tão mal colocada, começamos a viver na nova realidade, mas esquecendo a realidade real que nos dizia que a COVID-19 não tinha acabado.
Agosto chega ao fim... com setembro começam as aulas... acabam as férias... reabrem as fábricas...
E a COVID-19, que por aqui continua, toma proporções tais que nos trazem à memória os tempos de março e abril.
E, eis que de repente, e depois de um verão na praia, de máscara na cara, nos é dito que não podemos jantar em família, e que devemos repensar o Natal. E, tudo isto acontece depois das comemorações do 25 de abril, da manifestação do Primeiro de Maio, de continuarmos sem público nos estádios de futebol (salvo as excepções dos dois jogos da Seleção Nacional), mas assistirmos à festa do Bruno Nogueira na qual participaram o sr Primeiro-ministro, ao concerto do Pedro Abrunhosa, novamente com a participação do sr Primeiro-ministro, à Festa do Avante, aos jogos de futebol com a presença do sr Presidente da República, da F1 e do Moto GP (que se realizam brevemente) para além de muitas outras iniciativas com as quais nos queriam dizer que nāo havia problema.
Enfim... estranho tempo este! em que andamos todos mascarados, em que não podemos tossir ou espirrar sem que todos nos olhem com desconfiança.
E assim, rapidamente chegaremos ao Natal que terá de ser repensado...
sexta-feira, 9 de outubro de 2020
Mas a história dá sinais de regressão...
10. Durante décadas, pareceu que o mundo tinha aprendido com tantas guerras e fracassos e, lentamente, ia caminhando para variadas formas de integração. Por exemplo, avançou o sonho duma Europa unida, capaz de reconhecer raízes comuns e regozijar-se com a diversidade que a habita. Lembremos «a firme convicção dos Pais fundadores da União Europeia, que desejavam um futuro assente na capacidade de trabalhar juntos para superar as divisões e promover a paz e a comunhão entre todos os povos do continente». E ganhou força também o anseio duma integração latino-americana, e alguns passos começaram a ser dados. Noutros países e regiões, houve tentativas de pacificação e reaproximações que foram bem-sucedidas e outras que pareciam promissoras.
11. Mas a história dá sinais de regressão. Reacendem-se conflitos anacrónicos que se consideravam superados, ressurgem nacionalismos fechados, exacerbados, ressentidos e agressivos. Em vários países, uma certa noção de unidade do povo e da nação, penetrada por diferentes ideologias, cria novas formas de egoísmo e de perda do sentido social mascaradas por uma suposta defesa dos interesses nacionais. Isto lembra-nos que «cada geração deve fazer suas as lutas e as conquistas das gerações anteriores e levá-las a metas ainda mais altas. É o caminho. O bem, como aliás o amor, a justiça e a solidariedade não se alcançam duma vez para sempre; hão de ser conquistados cada dia. Não é possível contentar-se com o que já se obteve no passado nem instalar-se a gozá-lo como se esta situação nos levasse a ignorar que muitos dos nossos irmãos ainda sofrem situações de injustiça que nos interpelam a todos».
Papa Francisco, Fratelli Tutti
quinta-feira, 8 de outubro de 2020
Uma eternidade...
"Dez anos, para um Presidente, é demais. Não é por acaso que França reduziu [o tempo de mandato]: deixou de haver dois mandatos para passar a haver um mandato mais longo. A experiência mostra, olhando para isto, que dez anos é uma eternidade".
“Defendo um mandato de seis ou sete anos, mas um só mandato, sem possibilidade de reeleição. Porque, em '76, quando eu votei a Constituição, era outro mundo. Dez anos em '76 equivale a quase 25 anos hoje. Hoje, é uma eternidade”.
E acrescentou:
"Aliás, deixo essa sugestão para os futuros candidatos presidenciais. Que proponham aos partidos, porque têm de ser eles a rever a Constituição, que reduzam um futuro mandato apenas a um e não dois — mais longo, seis anos, sete anos. E, no caso de isso não acontecer, assumam o compromisso de serem [Presidentes da República] só por um mandato”.
Ora, posto isto, e porque foi candidato em 2016, e nada propôs aos partidos no sentido de rever a Constituição, creio que o mais correto seria assumir o compromisso que propôs aos candidatos, ou seja, ser Presidente da República "só por um mandato" para não ter de sofrer a eternidade de cumprir um mandato no qual, de certo, não se sentirá bem.
quarta-feira, 7 de outubro de 2020
Águas do Alto Minho: quando permanecer ou sair passou a ser um desafio
Enfim...
A este respeito, partilho, aqui, a minha intervenção realizada na Assembleia Municipal de Ponte de Lima no passado dia 26 de setembro:
Exmo senhor Presidente da AM de Ponte de Lima
Senhores Secretários
Exmo senhor Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima
Senhores Vereadores,
Companheiros Presidentes de Junta de Freguesia,
Membros eleitos da AM,
Comunicação Social,
Público aqui presente,
As Assembleias Municipais, verdadeiras casas da democracia são o órgão do poder local ao qual foram atribuídos largos poderes e que, na direta medida da sua dependência administrativa e financeira da Câmara Municipal, como por vezes se tem visto, tem pouquíssimas condições para os desempenhar.
Creio que todos estamos cientes das competências e poderes da Assembleia Municipal... creio que todos conhecemos os nossos direitos e as nossas obrigações. No entanto, por vezes, e lamentavelmente parece que não!
A Assembleia Municipal desempenha um importante papel de fiscalização do Executivo Municipal, devendo acompanhar e fiscalizar toda a atividade da Câmara Municipal e todas as suas relações com as mais diversas entidades com quem, no dia-a-dia, se tem que relacionar na procurar do bem estar dos nossos concidadãos.
Sendo assim, e porque a iluminação pública e a relação com a empresa que presta este importante serviço é, acima de tudo, uma responsabilidade da Câmara Municipal, e porque as nossas população se encontravam e, em muitos casos ainda se encontram, descontentes com o serviço prestado, vim a este parlatório várias vezes reclamar/lamentar a triste situação que todos presenciávamos.
Hoje venho aqui porque, na minha Freguesia, vejo algumas melhorias e a generalidade das avarias encontra-se resolvida e, como tal, importa assinalar esse facto. No entanto, muito há a fazer.
Em ciclo completamente contrário encontra-se uma outra empresa, pública, que presta um serviço público e da qual o Município de Ponte de Lima é, de acordo com a informação disponível, detentora de cerca de 55.971 ações, no valor de 279.140,00€, ou seja, 7,77% do capital desta empresa de capitais 100% públicos.
Ao longo de várias sessões desta Assembleia já muito se discutiu, mas, lamentavelmente, parece-me que ainda muito há a discutir... um velho ditado diz que o que nasce torto, tarde e mal se endireita... e, esta coisa chamada de Águas do Alto Minho, tarda em endireitar-se e, em muitos aspetos presta um serviço de muito pior qualidade do que aquele que era prestado pela Câmara Municipal.
Senhor Presidente... quando em 01 de setembro de 2018, nesta mesma casa da democracia, discutimos a adesão à Sociedade Águas do Alto Minho, SA., vivemos um dia estranho, como muitos outros que aqui vivemos... tão estranho que, para ajudar à festa, até formos presenteados com a intervenção do, na altura Secretário de Estado do Ambiente e Transição Energética do XXI Governo, o Eng. Carlos Martins, que, na altura defendeu tanto a sua dama, mas que tendo sido nomeado pelo mesmo governo para conduzir esta empresa, agora não se digna ocupar o lugar de diretor executivo, ficando com a honrosa e desculpabilizadora função de Presidente não Executivo... tenho para mim que ele lá saberá porque razão quer ficar nesta posição não executiva...
Um dia estranho porque, neste dia, a todos nos foi dito que os aumentos seriam uns (recordam-se do café), quando em boa verdade, acabaram por ser outros bem, muitas vezes bem maiores que aquilo que foi apregoado.
Um dia estranho em que nos foi prometido um melhor serviço, mais eficiente e de maior qualidade... mas que a dura realidade rapidamente nos mostrou que aconteceu precisamente o contrário: o atendimento é de difícil, ou melhor, de dificílimo acesso; os erros, por vezes grosseiros, na faturação são uma vergonha que não se coaduna com a realidade e a disponibilidade de aplicações e conhecimentos financeiros que existem atualmente no mercado; a falta de água nas nossas terras é uma constante; e, as roturas continuam sem reparação, sem que isso incomode quem quer que seja.
Em julho de 2010, com 122 votos dos 192 possíveis, sem, no entanto, ter tido nenhum voto contra, a 64ª Assembleia Geral da ONU consagrou o direito de acesso à água potável e ao saneamento básico como direitos fundamentais do ser humano, indispensáveis para o pleno gozo do direito à vida.
É assim muito triste que, pese embora esta deliberação da ONU e, com as situações de seca e de água imprópria com que tantos homens e mulheres, idosos, adultos e crianças se debatem por esse mundo fora, esta entidade me parece que ainda não percebeu que com esta forma de agir, com este desmazelo, com este deixa-andar, estão a matar à nascença uma empresa pública que foi criada para, como diz no seu site institucional, prestar um serviço mais fiável, eficaz e de qualidade [e, acrescento eu, do que aquele que era prestado pelos municípios], através de uma gestão eficiente dos recursos naturais, das infraestruturas e dos serviços de operação e manutenção [e, acrescento novamente, do que aquela gestão que era praticada pelos municípios].
É verdade que, ao longo de todo o tempo que antecedeu a votação realizada no dia 01 de setembro de 2019, onde esta casa da democracia aprovou por maioria (com quarenta e nove votos a favor, catorze votos contra e oito abstenções) a adesão à Sociedade Águas do Alto Minho, SA, vários eleitos foram denunciando o mau estado da rede de abastecimento de água e da rede de saneamento, chamando a atenção do executivo limiano para o facto de não estar a ser feito tudo o que devia no que diz respeito ao necessário investimento na expansão e na reabilitação das respetivas redes.
A falta de resposta a todas as chamadas de atenção redundou na naquilo a que o nosso companheiro Pedro Salvador chamou de “ponto de quase não retorno”, uma “inevitabilidade” que foi como que imposta e que foi democraticamente votada e que produziu o resultado que está à vista de todos.
Senhor Presidente, posto isto, e, porque de interesse municipal se trata, e não querendo entrar em polémicas, acabo com uma simples questão:
· todos os anos, algumas zonas do nosso concelho, incluindo a minha freguesia, são afetadas pela completa falta de água ou por falta de pressão da mesma que faz com que a sua utilização não permita o simples acender de um esquentador para tomar um banho ao final do dia;
· um pouco por todo lado assiste-se constantemente a roturas no sistema de abastecimento de água que, para além das consequentes perdas, que representam prejuízo financeiro, são um atentado moral para com as pessoas que em outras paragens não têm sequer uma gota de água potável;
A pergunta que se impõe é muito simples: sendo, como disse antes, o Municipio de Ponte de Lima o terceiro maior acionista desta empresa pública, o que fez, ou, tenciona fazer o Executivo Municipal, para que esta empresa corrija o seu rumo e finalmente faça aquilo que disse vir fazer, ou seja, para que preste um serviço mais fiável, eficaz e de qualidade, através de uma gestão eficiente dos recursos naturais, das infraestruturas e dos serviços de operação e manutenção.
Não podia deixar de perguntar outra coisa: foi aqui dito no dia em que votamos a adesão que, durante os primeiros cinco anos de vigência da “parceria”, a ADAM realizaria um investimento de cerca de 2.245.000,00€ (dois milhões e duzentos e quarenta e cinco mil euros). Está a terminar o primeiro ano. Logicamente não posso querer que 1/5 deste valor já esteja investido... ou será que já foi gasto muito mais que isso? sem que no entanto se veja onde...
terça-feira, 6 de outubro de 2020
Será que o Tribunal de Contas vai continuar a saber fazer contas?
Estranha coisa esta: 25 anos ao serviço do Tribunal de Contas... várias suspeitas ligadas às negociações das PPP do tempo do forrobodó de Sócrates... afastado em fevereiro... e agora, sete meses passados chamado a desempenhar a função daquele que o demitiu...
segunda-feira, 5 de outubro de 2020
“Fratelli tutti”
domingo, 13 de setembro de 2020
“Um euro nas autarquias vale três no Estado”
sexta-feira, 11 de setembro de 2020
11 de setembro de 2001
Há 19 anos, por esta hora, depois de terminado o almoço na messe de Sargentos da antiga EPAM, tal como na generalidade dos outros dias, abeirei-me de um sofá para ver o noticiário, naquilo que, parecia ser mais um dia como qualquer outro.
O filme de horror que se via no quadrado mágico marcava o início de uma das páginas mais negras da História. De repente, assistimos ao maior atentado terrorista de sempre no centro do coração dos Estados Unidos.
Primeiro um, depois outro, seguido de um terceiro e, por fim um quarto avião, todos sequestrados por operacionais da organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda, atacam as Torres Gémeas do World Trade Center, dois dos edifícios mais altos do mundo e símbolos do poder económico dos EUA e o Pentágono, tendo o quarto avião caído na Pensilvânia, provocando mais de três mil mortos de 80 nacionalidades.
Estes ataques de 11 de Setembro mudaram muito mais do que a paisagem de Nova Iorque. Mudaram o mundo de forma trágica e para sempre!...
Este foi um dos dias mais estranhos vivi até hoje... esta terça-feira feira, 11 de setembro de 2001, a poucos dias de cumprir um ano de serviço militar e, véspera das minhas primeiras férias como militar, foi de uma estranheza tal que até hoje né faz confusão.
Recordo perfeitamente o telefonema que fiz para uma camarada de armas (Sofia Cardoso)... recordo a incerteza daqueles tempos... recordo e vivo a incerteza em que ainda hoje nós encontramos.
Não sei se tudo o que foi feito desde este dia foi o mais correto... sei que o que aconteceu neste dia foi um dos atos mais horrendos que o ser humano pode perpetrar...
A mentira, anda por aí, à solta, com as vestes da verdade...
A mentira disse à verdade:
"Vamos tomar um banho juntas,
a água do poço é muito bonita."
A verdade, ainda desconfiada, experimentou a água.
E descobriu que ela era muito bonita.
Então elas se despiram e tomaram banho.
Mas de repente
a mentira saiu da água e fugiu,
usando as roupas da Verdade
A verdade, furiosa,
saiu do poço para recuperar as roupas.
Mas o mundo, vendo a verdade nua,
desviou o olhar, com raiva e desprezo.
A pobre verdade voltou ao poço
e desapareceu para sempre,
escondendo sua vergonha
Desde então, a mentira gira pelo mundo.
vestida como a verdade,
satisfazendo as necessidades da sociedade.
Porque o mundo não alimenta nenhum desejo
de conhecer a verdade nua.
(Pintura: A verdade saindo do poço, de João Leon Geroma, 1896.)
terça-feira, 1 de setembro de 2020
Um abaixo-assinado contra o jornalixo
Muitos dos nossos órgãos de comunicação social, sedentos de criar divisões, não olharam a meios para fazer mais um frete à esquerda, sem valores, que desgoverna este nosso Portugal.
E digo isto a respeito dos títulos que foram dados às notícias que se referiam a um abaixo-assinado que junta quase 100 personalidades que defendem o direito à objeção de consciência de pais que não queiram filhos nas aulas de Educação para a Cidadania
Como exemplo, atente-se no seguinte título que é obra do Observador: "Cavaco, Passos e D. Manuel Clemente defendem objeção de consciência de pais que não queiram filhos nas aulas de Educação para a Cidadania"
domingo, 16 de agosto de 2020
Não gosto!...
Um agente da PSP tem e terá sempre como missão proteger a Lei, a ordem, a segurança pública, a democracia e a liberdade...
Só por isso, ou melhor, essencialmente por isso, um agente da PSP, um militar da GNR, um militar das Forças Armadas, um Magistrado, um Deputado, um Presidente de Câmara, um membro do Governo, o Presidente da República nunca deveriam poder ser retrados desta forma...
Bem sei que a liberdade de expressão assim o permite... mas a razoabilidade e o bom-senso deveriam fazer com que o artista, no pleno uso da sua liberdade, ponderasse bem se a arte não se estaria a sobrepor a elementos que lhe são muito superiores.
Reafirmo: não gosto do cartoon!... mas gosto ainda muito menos do caminho que as coisas estão a tomar em Portugal... fico triste ao pensar que Portugal, este cantinho à beira mar plantado, esta terra de brandos costumes, onde todos vivem e onde todos se relacionam, mas que tem os seus exageros, de repente se veja a braços com esta nova realidade.
Estranho pensar que Portugal se estará a transformar fazendo com que pareça que estamos na linha de combate com todos aqueles que sempre ao nosso lado viveram.
Faz-me muita confusão pensar que estaremos a chegar aquele ponto em que não sabemos conviver com o nosso semelhante... estranho pensar que se categorizam as pessoas em função da sua cor da pele, da farda que vestem, da função que têm na sociedade... de repente começamos a ver que todos os polícias sãos maus... todos os negros são maus... todos os ciganos são maus, todos os políticos são maus... etc, etc...
Custa-me pensar que estaremos a começar a não saber viver em sociedade...
terça-feira, 28 de abril de 2020
SARS-COV-2, um bicho verdadeiramente mau...
Quem me conhece sabe que, por norma, não sou muito pessimista... mesmo com todas as coisas menos boas que tenho vivido, procuro sempre pensar à português e encarar a coisa com um sentimento de que poderia ser sempre pior!...
No entanto, desta vez, tenho tido uma estranha sensação de que o pior está para vir apesar de, aparentemente, estarem a correr menos mal...
Como ontem conversava com um amigo, não queria estar no papel dos nossos governantes e, longe de mim estar a escrever este pequeno texto em forma de critica ou algo que o valha; penso que estão a fazer o melhor que podem na luta contra um vírus desconhecido… e sem armas…
E, se lutam para, por um lado, no imediato, ao nos remeterem ao confinamento e isolamento social, salvarem vidas, por outro lado, e, porque não têm alternativas e soluções assistem ao derrocar de um sistema económico que a médio e longo prazo podem fazer perder essas mesmas vidas…
Estamos assim perante uma guerra sem vencedor à vista, na qual, muitos no imediato perdem as suas vidas, mas muitos mais vão sofrer por causa dela… será eventualmente caso para dizer que muitos não morrerão da doença, mas irão perigar seriamente por causa da cura… muitos sonhos se irão desvanecer… muitas construções ficarão por construir… e, nem tudo vai ficar bem!...
Mas qual era a solução?... esta!... tenho a certeza de que nada mais haveria a fazer do que aquilo que foi feito…
No entanto, este anunciado desconfinamento levanta-me preocupações acrescidas… se com o confinamento chegamos ao planalto, facilmente vemos que dele ainda não saímos… é verdade que o número de novos casos não tem aumentado descontroladamente. Mas também é verdade que, mesmo com tanta gente em casa, o saldo entre o número de infetados, acrescido do número de novos casos, subtraído do número de recuperados não pode deixar ninguém sossegado já que este número não para de (lentamente) crescer.
E, se isto acontece com tanta gente em casa, espero estar enganado, mas quando o confinamento terminar poderemos estar a ver um sério aumento do número de casos…
E, vejo estas notícias que apenas me alarmam mais… diz-se muito que em futebol e em política, o que hoje é verdade amanhã pode o não ser… pelos vistos, esta velha máxima aplica-se facilmente à pandemia que vivemos: começamos por um vírus que era apenas um problema dos chineses e que em pouco mais de quatro meses chegou a todo o planeta… um vírus que não se transmitia de pessoa para pessoa e que, facilmente, se transformou num bicho que nos impediu sermos pessoas e de agirmos como tal, tal é o isolamento distanciamento a que nos temos de remeter… um vírus que era apenas uma simples constipação, um simples resfriado, mas que é capaz de nos enviar para os cuidados intensivos ou para o cemitério… um vírus que era combatido com imunidade de grupo que ao atingir um Primeiro-ministro passou a ser combatido com um #fiqueemcasa… um vírus que, fechou todo o mundo: desde a cultura ao desporto, das escolas aos tribunais, das igrejas aos teatros, das autoestradas aos aviões, das grandes às pequenas empresas; um vírus tão mau, mas tão mau que nos ataca em vida e que nem na morte nos deixa em paz porque não podemos chorar no cemitério a partida dos nossos amigos e familiares…
E agora, qual cereja no topo do bolo, depois de tanto se andar a dizer que não afeta crianças, eis que identificada uma síndrome rara em crianças de todas as idades com um estado inflamatório multissistémico que requer cuidados intensivos… (ver notícia aqui: https://lifestyle.sapo.pt/saude/noticias-saude/artigos/covid-19-sindrome-relacionada-com-coronavirus-identificada-em-criancas)
Afinal, o que hoje é verdade, com o SARS-COV-2 não é bem assim… facilmente amanhã será tudo mentira… e preocupa-me imenso que se pense em abrir creches e escolas durante o próximo mês de maio… preocupa-me porque me parece que não conhecemos este bicho ao ponto de colocarmos as nossas crianças à sua mercê…
Até parece tudo mentira… mas, lamentavelmente é verdade e este bicho é mesmo mau!...
domingo, 19 de abril de 2020
25 de abril
Daqui a uns dias assinalaremos 46 anos da madrugada em que um punhado (grande) de militares (heróis) deram a volta ao estado a que o Estado tinha chegado e puseram fim ao Estado (bafiento) Novo.
Todos os que estiverem a ler estas frases (mal escritas, mas sentidas) certamente saberão da minha orientação política... sou militante do PPD/PSD!... e não era nascido neste que foi um dos dias mais importantes das nossas vidas... e, em boa verdade, se sei o que foi o 25 de abril, foi porque me dediquei a “estudar”, porque os manuais escolares colocavam este importante assunto no final do programa e, quase nunca se lá chegava.
Sou militante do PPD/PSD, não me considero de esquerda... e sou grande admirador das músicas (chamadas de intervenção) que fizeram estes dias... das músicas, dos escritos, dos murais, dos comunicados, dos símbolos e acima de tudo, das pessoas (principalmente dos fardados) que se decidiram a lutar pela liberdade de todos nós...
Sinceramente, entristece-me que, hoje em dia um grupo de pessoas, ainda se arrogue do estatuto de dono deste dia... o 25 de Abril não pertence a nenhum grupo (partido)!!!... é de todos nós e para todos nós foi levado a efeito!...
Mas isto não me impede de dizer que me entristece um pouco que um grupo de portugueses ache que deva assinalar este dia com uma sessão solene na Assembleia da República, depois de tudo aquilo que, neste último mês os portugueses foram privados (e, sinceramente, nem sei, nem me interessa saber de que forma o PPD/PSD se posiciona em relação a isto).
Sinceramente, esta importante data, ficaria bem assinalada e devidamente comemorada com um discurso das três primeiras figuras do Estado... sem público, sem convidados, sem partidos... por exemplo, em frente ao Quartel do Carmo, local onde o saudoso e herói Salgueiro Maia conseguiu a rendição do bafiento e asqueroso poder que subjugou Portugal durante 47 anos...
Gosto muito de assinalar esta importante data da nossa história... no meu carro anda uma pen com as músicas (de intervenção) que marcaram esta época... e este ano, em que a minha filha, privada da sua liberdade, não as ouve no carro, ouve-as na segurança da nossa casa e fez este pequeno trabalho para que este dia não lhe passe ao lado!...
Aos MILITARES de abril devemos isso!
sábado, 18 de abril de 2020
A velinha ao fundo do túnel
Com esta renovação do estado de emergência, continuam a vigorar um conjunto de medidas restritivas das nossa liberdade, medidas essas às quais a maioria de nós deu a resposta necessária respeitando o necessário isolamento social e que em muito contribuíram para o tão apregoado achatamento da curva.
No entanto, tenho receio que este achatamento seja aparente. Tenho alguma dificuldade em olhar para os números que nos são dados e os considerar sucessos; primeiro porque as pessoas não são números e muitas pessoas perderam a vida; em segundo lugar porque, em termos percentuais (e não em termos absolutos) a Covid-19 foi muito dura com os portugueses: mais de 1500 infetados em cada milhão de portugueses não me parece ser nada de que nos devamos orgulhar
Para além disso, preocupa-me muito o aparente facilitismo e positivismo com que o senhor Presidente da República e o senhor Primeiro-ministro estão a imprimir na situação... assusta-me muito que se pense já na abertura de alguns serviços que implicam muita proximidade tais como barbeitos, cabeleireiros e esteticistas... assusta-me imenso que se equacione a abertura de creches... preocupa-me que se recomende o uso de máscaras e não as haja para compra, ou então estejam a um preço incomportável para a carteira da maior parte de nós... preocupar-me que nos mandem trabalhar, mas nas nossas estradas não haja as transportes públicos capazes de nos transportar com o necessário afastamento social... para não falar no álcool-gel que está quase só preço do petróleo...
Para além disso entristece-me a aparente contradição entre algumas restrições à liberdade (que vigoraram e continuarão a vigorar) tais como as restrições às celebrações religiosas e/ou fúnebres e ao mesmo tempo se permitam celebrações públicas dos dois feriados nacionais que se encontram dentro desta janela de tempo, ou seja, o 25 de abril e o primeiro de maio...
Enfim... espero que a curva continue achatada. Bem sei que todos nós desejamos um rápido regresso à normalidade por mais estranha que ela seja e espero que, com estes anúncios de velinhas ao fundo do túnel, não estejamos a levantar vendavais que apaguem a esperança de sermos novamente livres e alegres...