sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Ainda a respeito das críticas que nos fazem…

Continuo a pensar na reação que algumas pessoas têm para com a crítica…

Diz o dicionário que a crítica é análise, a avaliação feita com maior ou menor profundidade, de qualquer produção intelectual (de natureza artística, científica, literária, etc.) ou de uma qualquer ação ou falta dela, ou seja, é uma apreciação. Criticar, é assim, a capacidade de julgar, de emitir uma opinião favorável ou desfavorável relativamente a alguém ou a alguma coisa.

Ora, tendo eu 44 anos, feitos, como diz o Sérgio Godinho, há algum tempo e, estando a desempenhar a função de Presidente de Junta de Freguesia de Rebordões-Souto há quase 8 anos, há uma coisa de que nunca me esqueço no que à crítica diz respeito: acrescenta sempre alguma coisa, seja ela positiva ou negativa.

Todos estamos sujeitos a que as nossas ações (ou inações) sejam avaliadas. Mas, quem está, de alguma forma na vida pública, quem tem que tomar decisões, quem tem o poder (efémero) de determinar mudanças (por mais pequenas que sejam) na vida dos outros, tem que perceber e aceitar a crítica; tem, obrigatoriamente, que perceber que, logicamente, não irá ter só opiniões positivas… acredito que terá mesmo que desconfiar se não existirem opiniões contrárias à nossa.

E isto que referi anteriormente tem que se aplicar a quem está “no poder”, mas também, e por maioria de razão, a quem o almeja e a ele se candidata…

Durante os oito anos que agora terminam, realizou-se na Freguesia de Rebordões-Souto, a reunião pública mensal dos executivos a que presidi… nesta reunião, a qual tem sempre grande participação, tive sempre o cuidado de permitir que todos usassem a palavra… que o fizessem com respeito (coisa que aliás aconteceu)… e que dissessem sempre o que lhes ia na alma, o que entendiam ser melhor para si e para a nossa terra. E, quem desejava falar, sempre falou, uma, duas, três, as vezes que fosse necessário…

Recordo bem que ao longo destes oito anos foram duas ou três vezes aquelas que tive que cortar a palavra a alguém, coisa de que aliás de arrependo.

Mas, se há coisa de que me orgulho é de terminar a reunião, assimilar as críticas, positivas e negativas, sair a porta da sala de reuniões e ter tempo para conversar com quem ainda se encontrar, mesmo com quem nos teceu críticas.

Imaginem se assim não fosse: à primeira crítica negativa, dava por terminada a reunião?… 

Não gosto, logo elimino!…


Estou para aqui às voltas com um pensamento… 

Há coisas que realmente me fazem muita confusão!… de entre todas as redes sociais, o Facebook tornou-se numa das principais armas das quais muitos de nós se socorrem para fazer passar as nossas ideias… tem tanto de positivo como de negativo. 

Há muita gente que o apelida de lavadouro público… não chego a esse ponto!…

Um perfil, ou uma página, devidamente organizado(a), na minha humilde opinião são como que um retrato daquilo que somos, um espelho do que fazemos, um livro onde nos expomos e apresentamos as nossas ideias e convicções.

Tenho porém comigo uma grande máxima: como retrato de mim, lá só posso publicar aquilo que a minha avó, se lá acedesse, pudesse ler!…

Vem isto a respeito de uma coisa que me intriga e que tem a ver com o impulso de partilhar… e, alguns de nós, animados sabe-se lá por quê, partilham tudo e mais alguma coisa. Se esta partilha de tudo e mais alguma coisa só por si já denota alguma fragilidade, pior se fica quando críticas surgem, quando os comentários nos são contrários… e que fazemos? Simples: eliminámos como se nada fosse, esquecendo que ao eliminar a nossa publicação estamos a eliminar a livre opinião dos outros.

Enfim… isto custa… ainda por cima quando a nossa publicação visava criticar outros.