domingo, 31 de janeiro de 2021

... aqui e agora: Eutanásia * Grave Violação dos Direitos do Homem

A pretexto do mais recente ato de incoerência da Assembleia da República, partilho um artigo muito interessante do meu amigo José Aníbal Marinho Gomes... merece uma leitura atenta...

... aqui e agora: Eutanásia * Grave Violação dos Direitos do Homem: De novo, a Assembleia da República, prestou hoje um mau serviço ao país, numa altura em que Portugal contabiliza 11.886 mortes e 698.583 casos de covid-19, estando esta sexta-feira activos mais 1.735 casos em relação a ontem, totalizando 181.811, foi aprovada em votação final global, a Eutanásia!

Felicito os 78 deputados do CDS, Chega, PCP, PSD (55 deputados) e PS (oito deputados), que votaram contra. (...)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

As escolas e a contaminação

Ora aqui está uma grande frase: 

O encerramento das escolas não deve ao facto de as escolas serem um local de contaminação... pelo contrário, pelo facto de as escolas serem um local de contacto, são local de contágio!...

 https://www.instagram.com/p/CKTsO9nHzlC/?igshid=jhpx66jlfsod

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Há, nos confins da Ibéria, um povo que não se governa nem se deixa governar...

Os combatentes romanos chegaram à Península Ibérica, onde encontraram tribos locais, sem qualquer organização, que ofereceram uma feroz resistência. 

Os homens de Roma, organizados por natureza, acharam bizarro que, durante vários séculos de guerra, estes povos, apenas tivessem tido e, por pouco tempo, Viriato, permanecendo perpétuamente habituados àquilo que hoje se chamaria o regular funcionamento das instituições. 

Farto desta organização completamente desorganizada, Júlio César, certamente arrependido por ter posto aqui os pés, desabafou, ‘Há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar’…



Importa aqui recordar uma afirmação de  Joana Sá Pereira, deputada do PS, em reunião plenária da Assembleia da República no dia 3 de junho de 2020 segundo a qual, "O vírus [que provoca a COVID-19] teve, diria, talvez o azar de encontrar pela frente um povo experimentado e um Governo capaz."

Nesta sua intervenção, a sra deputada referia-se, essencialmente, ao digital, esta maravilha dos nossos tempos que nos faz tão próximos de tudo, e que ao mesmo tempo nos afasta de tudo. Dizia a sra deputada que "Neste contexto tão acelerado e, ao mesmo tempo, de tão incerta mudança, o mundo, também digital, já não é uma coisa para o futuro. Dos mais jovens aos mais velhos, as ferramentas digitais são um recurso obrigatório. Este aspeto torna claro que a visão de digitalização para as escolas que o Governo trouxe para esta Legislatura não era uma inevitabilidade, era mesmo uma necessidade. Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, pergunto se a aposta na digitalização das escolas, no apoio ao ensino, irá ser reforçada e se o acesso universal à internet passará a ser uma realidade próxima."

Ora, passados que estão seis meses, e tendo em conta a proporção das coisas, apetece-me dizer que Portugal tem um povo experimentado, aliás, MUITO EXPERIMENTADO, em deixar-se desgovernar por GOVERNOS INCAPAZES.

Digo isto com a mágoa de ver que, depois de tudo o que foi dito, depois de tudo o que foi prometido, depois de uma primeira vaga da pandemia que afetou principalmente idosos residentes em lares, depois de uma segunda vaga que, novamente, afetou principalmente idosos residentes em lares, veio uma terceira vaga que, fez com que um quarto das mortes por COVID-19 tenham sido idosos residentes em lares... mais de 800 nos últimos 15 dias. 

A triste estatística diz-nos que desde o inicio da pandemia, mais de três mil idosos residentes em lares perderam a vida com COVID-19 em Portugal. Destes, cerca de dois mil, só nos últimos dois meses.

Que triste povo tão mal governado que não entende como isto pode ser possível... Que triste (des)governo que se revela tão incapaz. Que infelicidade pensar que somos (des)governados por alguém que, nas palavras do sr. Presidente da Assembleia da República, Dr Ferro Rodrigues, não aprendeu as "lições da primeira fase e não retir[ou] lições para a evolução da situação em julho e em agosto"... e muito menos para outubro, novembro, dezembro, janeiro... Será que conseguirá tirar para os meses que se seguem? Tenho dúvidas!...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Vale a pena pensar nisto: "Uma réstia de calma no meio da tempestade"



As leituras periféricas dos resultados revelam uma profunda mudança política em Portugal. Mas não dispensam a prioridade do essencial: a notável vitória de Marcelo. Num momento em que o país vive o seu pior período em décadas, num tempo propício ao ressentimento e ao protesto, consegue captar os votos de quase dois em cada três eleitores em Portugal. No auge da pandemia que nas últimas semanas expôs as fragilidades do Governo a quem tem dado a mão sem reservas, Marcelo passou incólume, reforçou a sua votação face a 2016 e prepara-se um segundo mandato com mais poder para o exercício da sua magistratura de influência.

À margem desta certeza incontestável, tudo o resto configura um cenário político propenso a reconfigurações ou a destruições criativas. André Ventura multiplicou por sete a votação da direita anti-sistema em pouco mais de um ano, e com esta façanha foi capaz de desestabilizar quer a direita, quer a esquerda. Mesmo que se exija cuidado na extrapolação destes resultados para as legislativas, o facto de Ventura ter conquistado o segundo lugar na maioria dos distritos do país torna-o uma força temível, capaz de abalar o PS, de comprometer as pretensões hegemónicas do PSD e minar a sobrevivência do CDS. Mas a leitura do mapa eleitoral mostra também que o seu populismo é eficaz para atrair o eleitorado mais à esquerda.

Se nas legislativas de 2019 se vislumbraram sinais de um tempo novo na política nacional, as presidenciais de 2021 confirmaram essa mudança. O discurso intolerante e daninho de Ventura provou ser atractivo para quase 500 mil portugueses exaustos pela pandemia e ameaçados por uma grave crise económica e social. Ficou igualmente provado que a estratégia de Marisa Matias ou de Ana Gomes em combater Ventura no terreno do proibicionismo não funciona. O radicalismo alimenta o radicalismo.

É aqui que vale a pena voltar a Marcelo. O candidato que responde ao extremismo com tolerância e moderação. Que combate com a lucidez da razão os seus preconceitos. Que sugere perceber que não há mais de 490 mil portugueses “fascistas”, antes cidadãos cujo ressentimento importa entender. Haver um candidato anti-sistema com 12% dos votos só não é uma notícia ainda mais dramática por causa de Ana Gomes. Mas não a transformemos numa fatalidade. Recordemos os versos de Manuel António Pina: “Ainda não é fim nem o princípio do Mundo / calma / é apenas um pouco tarde”.

Editorial (Público, 25jan2021), Manuel Carvalho

Nota: o negrito é meu... parece-me ser a principal mensagem deste pequeno editorial!... tudo o resto são populismos e tentativas de afirmação.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Ditadura Constitucional

Para que conste, considero que a Eleição do PR2021, que se realiza no próximo domingo, deveria ter sido adiada. 

Infelizmente, muitos se escudaram na Constituição para persistir neste erro que, muito provavelmente, se vai redundar numa abstenção com números nunca vistos neste nosso Portugal que se vê a braços com uma crise sanitária de tal modo que nos deveria levar a seguir sem descuidos as indicações das autoridades de saúde e dos especialistas.

Entendo o apelo ao voto. O voto é um dos componentes essenciais da nossa vida em democracia. É uma das maiores conquistas da liberdade que, infelizmente, por muitos é como que dispensável. 

Entendo bem as posições daqueles que dizem que a democracia não se suspende. E não, a democracia não está suspensa. 

O que não entendo é que a democracia funcione como que de costas para o sentir do seu povo!... a Constituição foi feita por Portugueses e para os Portugueses. Não pode servir de barreira para que se faça aquilo que se tem que fazer. Não concebo que não tenha sido possível alterar a CRP por forma a permitir adiar este ato eleitoral fazendo com que houvesse mais segurança e com esse incremento de segurança houvesse mais liberdade para com essa mesma liberdade mais gente exercesse o seu direito de voto. 

Por vezes parece que a Democracia está mesmo suspensa por uma ditadura constitucional...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

A educação recupera-se... as mortes não!

Ao longo dos tempos e, na generalidade dos assuntos, estou numa posição diametralmente contrária ao dr Mário Nogueira. No entanto, hoje, 20 de janeiro, concordei por completo com a frase que dá título a este meu texto e que foi proferida no Fórum da TSF dedicado à possibilidade/necessidade/inevitabilidade de encerrar as escolas como consequência da situação pandémica que atravessamos. 

Assim, na hora em que os OCS afirmam que as escolas irão encerrar a partir da próxima 6.a feira, apenas posso afirmar que esta é uma decisão que peca por tardia. 

Peca por tardia, tem culpados e, lamentavelmente, terá sérias consequências. 

Neste processo, extremamente delicado, muita gente esteve muito mal. E não foi só o Governo! A CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais), a ANDAEP (Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas), os Sindicatos dos Professores, e um grande número de comentadores de serviço, devidamente enquadrados pelo sr Presidente da República que com as suas afirmações, hoje num sentido e depois em sentido completamente contrário, comprovou ser o verdadeiro “cata-vento político” que há uns tempos lhe chamaram, deliberadamente, talvez por mero servilismo e/ou aproveitamento político, apoiaram o governo na manutenção dos estabelecimentos escolares abertos. 

Todos apoiaram o negacionismo radical do ministro da educação (que, incompreensivelmente, negou por completo os seus conhecimentos e formação) e persistiu no seu caminho em sentido contrário aos dados da ciência, revelando um total alheamento da realidade e um profundo desprezo pela vida dos alunos, dos auxiliares e dos professores e dos seus familiares.

domingo, 17 de janeiro de 2021

(Des)Confinados continuemos


... as notícias dizem que somos o segundo país do mundo com mais novos casos por milhão de habitantes no mundo... o que nos vale é o lábio pintado e as 52 exceções previstas no decreto que nos impõe o confinamento!...

Triste, muito triste mesmo pensar que hoje o número de mortes de COVID-19 em Portugal ultrapassou o número de militares que perderam a sua vida na Guerra Colonial... vivemos hoje uma guerra muito mais difícil contra um inimigo impiedoso e invisível ...  


sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Sempre de mão estendida


No passado dia 1 de janeiro cumpriram-se 35 anos desde que Portugal entrou na União Europeia, então ainda chamada Comunidade Económica Europeia.

35 anos passados, o resultado são 140 mil milhões de euros de ajudas comunitárias aos quais se acrescentam os novos 16,7 mil milhões da ‘bazuca’ (o Plano de Recuperação e Resiliência, PRR) — dos quais 13,9 mil milhões são dados —, talvez valha a pena um breve olhar para o que fizemos nós em todos esses anos e com todos esses milhões por forma a tentarmos perceber qual a razão de continuarmos tão necessitados de continuar a pedir...


sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Natal: o culpado de tudo...

"Portugal bateu hoje novos recordes da pandemia, com mais 10.176 infetados e 118 mortes, depois de dois dias com números quase da mesma grandeza, e o país está novamente em Estado de Emergência, desta vez de apenas oito dias, à espera de uma reunião com os especialistas na próxima terça-feira, 12 de janeiro. Afinal, já estamos a sofrer ou não os efeitos das épocas festivas? Especialistas ouvidos pelo Expresso dizem que sim."

Completamente aterrado com os números que todos os dias nos são informados... é desta forma que me sinto.

Sinceramente, se fosse Primeiro-Ministro ou Presidente da República deste cantinho à beira mar plantado a que damos o nome de Portugal e onde todos adoramos viver, confesso que não sei se teria coragem para tomar qualquer medida diferente daquelas que foram tomadas no Natal de 2020.

Sinceramente, considero que o português, sedento de festas, de abraços, de beijos, não perdoaria ao sr Primeiro-Ministro e ao sr Presidente da República se eles não nos permitissem viver o Natal de uma forma muito parecida com o Natal de outros anos.

Só que o Natal de 2020 não era igual ao Natal dos anos anteriores... ou melhor, até era: Jesus Cristo Nasceu há 2021 anos, e não era um jantar com mais ou menos gente que iria apagar esta data das nossas vidas.

Só que a realidade dos tempos que vivemos, alicerçada na necessidade de agradar a uns, aliada ao sorriso de outros, fez com que, Primeiro-Ministro e Presidente da República nos permitissem viver este Natal de uma forma muito parecida com os Natais anteriores... mesmo sabendo que este nunca poderia ser um Natal igual aos outros.

Tenho que reconhecer que o meu Natal, não foi muito diferente dos anteriores... na minha casa juntei 14 pessoas: 9 que se reúnem praticamente todos os dias (eu, a minha mulher, a minha filha, a minha sogra, os meus pais, a minha irmã, o meu cunhado e a minha afilhada) e outros 5 (a minha cunhada e o seu marido, os seus dois filhos e o avô do meu cunhado) mas que, para cá virem, fizeram uma semana de confinamento voluntário em sua casa. Passamos 4 dias felizes (dentro das possibilidades)... mas ficamos em casa... não fomos ver a neve que caiu nas serras... não fomos a correr fazer as trocas... não andamos de café em café... de tasco em tasco...

Infelizmente os números dizem-nos que não deveria ter sido possível fazer isto...

A realidade dos números que representam tantas vidas que se perdem, tantas vidas que ficam suspensas parecem dizer que não deveria ter sido possível fazer todas as festas que foram feitas...

Mas era necessário agradar a uns e sorrir a outros... e, nisto, o nosso Primeiro-Ministro e o nosso Presidente da República são especialistas sem igual...

E agora, de repente, assistimos a um passa culpas que acaba com a culpa a ser do Natal.

Mas não é!... a culpa é de todos nos nós... é, em primeiro lugar do nosso Primeiro-Ministro e do nosso Presidente da República que preferiram agradar ao povo em vez de governar e orientar o seu povo... mas o principal culpado é cada um de nós... nós, a quem nos foi dada a liberdade de comemorar o Natal, devidamente aconselhados de que o devíamos fazer com cuidado porque o COVID não sabia que estávamos no Natal, e que assinalamos esta data como se nada se passasse ao nosso lado...

Sim, NÓS somos os principais culpados da situação em que estamos... e não vale a pena culpar o Natal... até porque para o ano continuará a haver Natal e alguns, eventualmente e lamentavelmente muitos de nós, não estaremos cá para o assinalar!...