quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

da consciência ou da falta dela!

A liderança do grupo parlamentar do PSD anunciou hoje que não irá apoiar a posição de um grupo de seus deputados que defendem a realização de um referendo sobre a despenalização da eutanásia.
Sinto-me triste com posições destas...
Tenho dito muitas vezes que a VIDA não se referenda... e tenho medo que um referendo sobre a Eutanásia apenas pudesse servir para validar este retrocesso civilizacional que agora nos querem impor.
Vivo a VIDA com a certeza de que toda a VIDA comporta um nascer e um morrer... e que não há morte digna... a morte é sempre indigna porque nos rouba à VIDA!
Todos fomos educados com base em princípios civilizacionais que sempre defenderam que a vida humana é um valor inviolável e que a sociedade tudo deve fazer para a proteger... que a vida e a dignidade da pessoa humana são princípios que marcam o modelo de sociedade... crescemos com uma noção de Estado assente na premissa de que este tem a obrigação de proteger a vida  dos cidadãos, de os apoiar na saúde e de promover as políticas necessárias para reduzir o sofrimento e na doença.
Hoje, nesta sociedade que, a cada dia se esvazia mais nos seus princípios, que se desenraiza, eis que os nossos representantes pretendem legislar por forma a que o Estado possa executar a morte, em vez de defender a vida, um valor que deve sempre estar acima de tudo e que não se poderia comparecer de vontades conjunturais ou de consensos que objetivamente na existem.
Como tal, logicamente, sou contra a eutanásia... e não concebo a necessidade da despenalização de uma coisa que não deveria existir... e não vejo com bons olhos a realização de um referendo em relação a este tema porque, como disse antes, tenho medo que a sociedade já esteja tão mal que o resultado fosse um aprovar deste retrocesso
Mas, o que mais me custa nisto tudo é esta posição dos líderes do meu partido... entristece-me porque dizem uma coisa e fazem o seu contrário... os líderes do PSD escudam-se na consciência de cada um dos deputados para justificar o voto a favor da despenalização da morte (in)digna e limitam essa mesma liberdade quando alguns pensam de forma diferente... ainda por cima, quando ainda nem 15 dias passaram desde o Congresso de Viana do Castelo onde foi aprovada uma moção que defendia a realização de um referendo à eutanásia...

https://www.publico.pt/2020/02/19/politica/noticia/direccao-bancada-psd-recusa-agendar-proposta-referendo-eutanasia-1904765

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

A morte (in)digna


Os tempos novos em que vivemos mostram-nos uma triste realidade: assistimos à defesa de uma morte digna como solução para a dureza da vida.

A morte sempre, é e será o culminar da vida. Ninguém morre sem nascer e todo aquele que nasce um dia terá que morrer...

O debate em torno da morte (in)digna que nos prometem apresenta-se-nos como uma demissão do Estado e uma desresponsabilização da sociedade no seu todo na forma de ajudar os que sofrem.

Não me canso de o dizer: estamos a chegar a um estado em que a única coisa que o Estado tem para nos oferecer será a morte (in)digna... triste estado para onde caminhamos.

É muito triste pensar que há uma Lei, aprovada por UNANIMIDADE, a Lei de Bases dos Cuidados Paliativos, na qual todos os parlamentares se empenharam e que ainda não saiu do papel...

É muito triste pensar