terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Eu é que faço a escolta...



As coisas não andam mesmo bem na "quinta" do sr Ministro Cabrita...

Se há uns meses a PSP se lembrou de, na minha humilde opinião, ultrapassar os limites das suas competências identificando Militares do Exército que se encontravam no desempenho das suas funções, agora, foi a vez de o fazerem novamente e, de uma forma completamente inimaginável, barraram a passagem de uma viatura com vacinas contra a COVID-19 que se encontrava a ser escoltada pela GNR.

Enfim... coisas muito estranhas... próprias de um ministério sem rei nem roque, onde egos exacerbados levam a atos que nada dignificam quem os pratica e que em nada contribuem para a imagem deste Portugal...

domingo, 27 de dezembro de 2020

A respeito da vacina ...

“Foi no mês de Novembro de 1965 que se iniciou em Portugal um Programa Nacional de Vacinação (PNV). Este programa consistiu na distribuição à totalidade da população portuguesa, de modo organizado e de acordo com um calendário adequado, de um conjunto de vacinas. O objectivo era proporcionar a cobertura vacinal de acordo com critérios estabelecidos. Foi a vacina contra a poliomielite a que iniciou este processo de modo organizado e foi com ela que se confirmou a importância e o interesse dessa cobertura da população portuguesa.

Em 1966, o leque de vacinas foi alargado e além da vacina da poliomielite foram incluídas as vacinas da tosse convulsa, da difteria, do tétano e da varíola. A legislação já havia estabelecido a obrigatoriedade de algumas vacinas: em 1894 a vacina antivariólica; em 1962 a vacina antitetânica e antidiftérica, que tinha que ser confirmada na entrada na escola primária, no ensino secundário ou noutro estabelecimento de ensino. A vacinação contra a tuberculose (BCG) foi incluída em passos sucessivos no programa de vacinação.

Algumas das vacinas já eram administradas em Portugal antes de 1965. Contudo, não obedecia a um plano, com uma cobertura da população portuguesa e, por isso, tinha taxas de sucesso inferiores. Em 1965, foi instituído o Boletim Individual de Saúde onde se registavam as vacinas.

(...)



Mais informação disponível aqui

sábado, 26 de dezembro de 2020

2020 em revista...



Sapo na sua edição de hoje, presenteia-nos com um muito bom resumo daquilo que foi o ano 2020. Concordo com tudo menos com o título: 2020, NÃO pode ser um ano para esquecer!... tem que ser um ano que nos sirva de exemplo e de guia para todas as adversidades que nos passam advir no futuro que, para a maior parte de nós não será risonho. 

Para muitos, 2020 acabou em finais de março... aqui está o resumo de um ano que não deixará saudades a ninguém... mas que não podemos esquecer!


quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Natal é a festa da vida...

 

1. «Hoje nasceu o nosso Salvador» (Ref. Salmo resp.)

Ressoa nesta noite, antigo e sempre novo o anúncio do Natal do Senhor. Ressoa para quem está alerta, como os pastores de Belém há dois mil anos; ressoa para quem aderiu ao apelo do Advento e permanecendo atento, está pronto a acolher a mensagem feliz que canta a liturgia: «Hoje nasceu o nosso Salvador».

Vigia o povo cristão; vigia o mundo inteiro, nesta noite de Natal que se une àquela memorável noite do ano passado, quando foi aberta a Porta Santa do Grande Jubileu, Porta da graça aberta de par em par para todos.

2. É como se a Igreja, em cada dia do Ano jubilar, jamais tivesse cessado de repetir: «Hoje nasceu o nosso Salvador». Este anúncio, que possui uma força inesgotável de renovação, ecoa nesta noite santa com particular vigor: é o Natal do Grande Jubileu, memória viva dos dois mil anos de Cristo, do seu nascimento prodigioso, que marcou o novo início da história. Hoje «o Verbo fez-Se homem e habitou entre nós» ( Jo 1,14).

«Hoje». Nesta noite, o tempo abre-se ao eterno, pois Vós, ó Cristo, nascestes entre nós vindo do alto. Do seio de uma Mulher, de todas a mais bendita, Vós viestes à luz, «Filho do Altíssimo». A vossa santidade santificou de uma vez por todas o nosso tempo: os dias, os séculos, os milénios. Com o vosso nascimento, fizestes do tempo um «hoje» de salvação.

3. «Hoje nasceu o nosso Salvador».

Celebramos nesta noite o mistério de Belém, o mistério de uma noite singular que está, de certa forma, no tempo e para além do tempo. No seio da Virgem nasceu um Menino, uma manjedoura serviu de berço para a Vida imortal.

Natal é a festa da vida, porque Vós, Jesus, vindo à luz como cada um de nós, abençoastes a hora do nascimento: uma hora que simbolicamente representa o mistério da existência humana, unindo a aflição à esperança, a dor à alegria. Tudo isto aconteceu em Belém: uma Mãe deu à luz; «veio ao mundo um homem» ( Jo 16,21), o Filho do homem. Mistério de Belém!

4. Com grande emoção interior, recordo os dias da minha peregrinação jubilar na Terra Santa. Volto com a mente àquela gruta onde tive a graça de permanecer em oração. Beijo em espírito aquela terra bendita onde germinou para o mundo a alegria imperecível.

Penso, com apreensão, nos Lugares santos e, especialmente, na cidade de Belém, onde, infelizmente, devido à difícil situação política, não poderão ter lugar, com a solenidade de costume, os sugestivos ritos do Santo Natal. Gostaria que nesta noite aquelas comunidades cristãs sentissem a plena solidariedade de toda a Igreja.

Estamos unidos convosco, caríssimos Irmãos e Irmãs, por uma oração particularmente intensa. Partilhamos o vosso temor pela sorte da toda a região médio-oriental. Queira o Senhor escutar a nossa invocação! Desta Praça, centro do mundo católico, ressoe uma vez mais, com renovado vigor, o anúncio dos anjos aos pastores: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do Seu agrado» (Lc 2,14).

A nossa confiança não pode vacilar, como também não pode faltar o assombro por aquilo que estamos a comemorar. Hoje nasce Aquele que dá a paz ao mundo.

5. «Hoje nasceu o nosso Salvador».

O Verbo chora numa manjedoura. Chama-se Jesus, que significa «Deus salva», porque Ele «salvará o povo dos seus pecados» ( Mt 1,21).

Não é num palácio no que nasce o Redentor, que vem a instaurar o Reino eterno e universal. Nasce num estábulo e, permanecendo entre nós, acende no mundo o fogo do amor de Deus (cf. Lc 12,49). Este fogo nunca mais se apagará.

Possa este fogo arder nos corações como chama de caridade activa, que dê acolhimento e apoio a tantos irmãos provados pela necessidade e pelo sofrimento!

6. Senhor Jesus, que contemplamos na pobreza de Belém, fazei-nos testemunhas do vosso amor, daquele amor que Vos levou a despojar-Vos da glória divina, a fim de nascer entre os homens e morrer por nós.

Enquanto o Grande Jubileu entra na sua fase final, infundi em nós o Vosso Espírito, para que a graça da Encarnação suscite em todo o crente o empenho por uma correspondência mais generosa à vida nova recebida no Baptismo.

Fazei que a luz desta noite, mais brilhante que o dia, se difunda no futuro e oriente os passos da humanidade no caminho da paz.

Vós, o Príncipe da paz, Vós, o Salvador nascido hoje por nós, caminhai com a vossa Igreja, pela estrada que diante dela se abre no novo milénio.

--
Homilia do Papa João Paulo II, Magno na Missa da Noite de Natal do ano 2000

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Postos da GNR de todo o país de porta fechada durante a noite. Militares estarão no interior



Este título é revelador de uma de duas coisas:

  • ou o sr Jornalista não sabe do que fala...
  • ou, muito grave, o sr Cmdt Geral da GNR não conhece a realidade dos Postos da GNR (nem dos Quarteis das FA's).
Vejamos:

Despacho n.º 10393/2010
Regulamento Geral do Serviço da Guarda Nacional Republicana
Artigo 28.º
Horário dos serviços
6. À hora que estiver determinada, far-se-á a abertura e o encerramento das portas para o exterior. Quando qualquer porta para o exterior tiver que ser aberta por motivo justificável, deverá tal acto merecer sempre especial atenção do pessoal de serviço, que adopta as medidas de segurança que se encontrarem em vigor.

E que se saiba, todos os dias, se fecham as portas dos Postos da GNR e da PSP, bem como os das Forças Armadas, onde o ato até assume um papel cerimonial com o Fecho da Porta de Armas e Recolher da Guarda de Polícia...

Enfim...

MAI instaura inquérito a tiroteio no Seixal que envolveu GNR

 O "defunto" Ministro da Administração Interna mandou instaurar um inquérito ao tiroteio que provocou a morte de um homem e deixou três feridos, entre eles dois guardas da Guarda Nacional Republicana (GNR).

Até aqui nada de anormal... houve uso de arma, deve-se averiguar tudo e mais alguma coisa por forma a garantir que o seu emprego foi correto e proporcional! 

O caso aconteceu na segunda-feira passada, em Fernão Ferro, no concelho do Seixal, quando os militares tentavam cumprir um mandado de detenção tendo o suspeito, que se encontrava acompanhado por uma mulher, reagido e disparado contra um dos militares, seguindo-se uma troca de tiros que acabou por ferir os dois militares da GNR.

Este caso é mais uma prova cabal das dificuldades e do perigo que estes homens e mulheres passam no desempenho da sua missão.

Considero perfeitamente normal o inquérito... nada normal é o tempo que ele levará e, eventualmente as conclusões enviesadas a que muitos deles e que acabam por culpar os representantes do Estado.

Faço votos para que este não seja mais um desses...

PS.: qualquer dia, os Militares da GNR e os Agentes da PSP começam a andar com pistolinhas de água...


sábado, 19 de dezembro de 2020

Que Portugal é este que não consegue fugir à cauda da Europa?

«Agora que já não há nem o rei nem a monarquia para culpar pelas nossas desgraças, agora que também já não há as ditaduras nem a sociedade fechada e pequenina que nos limitava, agora está na hora de olharmos para nós próprios e fazermos o que tem de ser feito enquanto vamos a tempo de alterar as coisas como pretendemos, para que nem tenhamos de voltar a passar por experiências tão traumáticas como as que vivemos após a grande crise de 2010, nem estejamos condenados a uma desqualificação paulatina dos nossos sonhos e aspirações de poder viver uma sociedade verdadeiramente mais democrática e com mais justiça. 

Chegámos à Europa do mercado comum há 35 anos. Depois de termos visto destruir, como já referi, com os excessos do PREC, os poucos grupos económicos que a abertura progressiva ao exterior tinha gradualmente vindo a ajudar a fortalecer, numa espécie de exercício de autoflagelação e automutilação, ainda há, a espaços, quem pretenda culpar a Europa e as suas instituições – ou simplesmente os governos dos frugais para uns, os governos dos iliberais para outros, senão mesmo ambos ainda para os mais imaginativos - por não termos a realização e o crescimento que ambicionamos. Mas é ridículo que no país haja sempre quem estique o dedo acusador aos outros países e à Europa, quando quase todos na Europa progridem e convergem mais do que nós à medida que a integração europeia se aprofunda. 

Aproximámo-nos significativamente, em termos reais, da média europeia na primeira meia dúzia de anos da integração quando eramos apenas 15 países. Mas conseguimos singularmente regredir à medida que países mais pobres e menos desenvolvidos que nós se integraram na União Europeia. 

Poderá dizer-se que regredimos mais nos anos de crises que tivemos de enfrentar, o que é verdade. 

Mas isso esquece que os outros também enfrentaram as crises e que a média europeia reflete esse desempenho de todos, pelo que se nos afastámos mais dos outros durante as crises, foi porque a nossa vulnerabilidade estrutural nos impõe nas crises prejuízos maiores do que aos outros. 

E se somos já um dos países mais antigos da política de coesão, seremos em breve, se tudo continuar como até aqui, o que mais distante se apresentará de todos os outros, incluindo os da coesão, e daqueles em que as desigualdades de rendimento mais se apresentarão vincadas. 

Que Europa é esta que só prejudica em termos relativos Portugal? 

Não será, finalmente, conveniente perguntarmo-nos: que Portugal é este que não consegue fugir à cauda da Europa quando praticamente todos os outros conseguem? 

A resposta terá de ser dada por nós próprios. Olhando para dentro da sociedade portuguesa e mudando o que é preciso. Mudar nas estruturas públicas e privadas. 

Conseguir, se assim o desejarmos, implantar regras estáveis e confiáveis. 

Responsabilizar a sociedade civil e o Estado e cultivar um exemplo de salvaguarda e de separação de interesses que possa incutir o desenvolvimento do capital social e da confiança. 

Mas sabendo que um país com as nossas características e com a nossa dimensão e vulnerabilidade só pode ganhar escala e transcender-se se se voltar para fora e para o mundo. Com empresas e grupos económicos de maior dimensão e com maior ambição. 

E não falo apenas do mundo europeu, falo também do mundo global, a começar pelo mundo global em língua portuguesa que tem andado tão arredado e distante das preocupações dos poderes públicos, ainda para mais quando há situações que bem reclamam uma outra atitude de responsabilidade e de solidariedade, como acontece perigosamente com Moçambique, por exemplo, cuja, pelo menos aparente, passividade portuguesa não tem explicação.»

Excerto da intervenção de Pedro Passos Coelho, ontem, na Academia das Ciências, na homenagem a Alfredo da Silva, sob o título “Globalização em português - revoluções e continuidades”

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

O povo (não) é quem mais ordena...

A RTP tem levado a efeito entrevistas aos pré-candidatos a PR. Confesso, em abono da verdade, que não tenho assistido à totalidade das entrevistas.

Hoje foi a vez de ouvirmos Marisa Matias e também não lhe dediquei muita atenção.

No entanto, por entre colheradas de sopa, percebi que, para esta candidata a candidata, o grande problema que assola o nosso país se chama Chega.

Longe de mim estar a defender este partido e muito menos o seu líder, André Ventura mas, o que hoje se ouviu da boca de Marisa Matias é sintomático de que alguma coisa não anda certa na cabeça desta gente.

Vejamos: diz que a principal função do PR é garantir o cumprimento da Constituição... até aqui, estamos de acordo... diz que há tomadas de posição do Chega que poderão ir contra a Constituição... sim, do Chega e não só... e, diz que não nomearia um governo que contasse com o apoio do Chega.

Depois de ouvir isto dei comigo a pensar o seguinte: se, hipotéticamente, o Chega ganhasse as eleições,  também não nomearia um governo liderado por Ventura?... se sim, estamos resolvidos com a democracia que tanto dizem defender; se sim, comprovam que o povo só é quem mais ordena quando está alinhado com a sua linha de pensamento... 

Sinceramente espero duas coisas: que o Chega não chegue a ser nomeado... e que Marisa Matias não tenha que nomear um governo...


PS.: continuem a discutir apenas o Chega que isto vai bem... depois queixem-se que ele sobe nas urnas!...


quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

o triunfo da cultura da morte...

Espanha fez o seu caminho na defesa da cultura da morte e tornou-se o sexto país do mundo a aprovar a eutanásia.

Com a aprovação desta lei, aprovada hoje, fica garantida a oferta da "morte" a quem o requeira... desde que manifeste este seu "desejo de morrer" por quatro vezes e tenha uma doença irreversível e terminal. 

Triste mundo em que o morrer tem que ser desejado... 


segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Nova TAP...

 


Corria o ano de 2016 e o governo, por cegueira meramente ideológica, reverteu a privatização da TAP.

Corre o ano de 2020, e a situação financeira da TAP passa a ter uma justificação: o COVID-19 passa também a justificar a situação da TAP, falida...

E, o nosso dinheiro, voa para as contas furadas da TAP.

Impressionante pensar que mais de metade da chamada "bazuca europeia" será gasto neste buraco sem fundo...

Nós pagamos...

domingo, 13 de dezembro de 2020

26.000,00€




O jornal Expresso brinda-nos com a seguinte notícia:

“A economia portuguesa viveu vários picos de dívida nos últimos 150 anos. Mas o atual é um recorde absoluto

2020 vai ficar como um ano de recordes nas contas públicas por causa da pandemia da covid-19. A dívida pública deverá atingir no final deste ano um máximo de €270 mil milhões, na contabilização feita segundo o critério de Maastricht, que é o que conta para a supervisão do nosso endividamento por parte de Bruxelas. Até final de outubro, segundo a mais recente atualização feita pelo Banco de Portugal, a dívida já chegou a €268,1 mil milhões. Trocado por miúdos, aquele volume de dívida no final do ano significa que cada português, desde que nasce, tem às costas um fardo de mais de €26 mil. Em termos de salário médio atual são 20 meses de trabalho.”




O artigo está disponível no seguinte endereço: https://expresso.pt/economia/2020-12-12-A-historia-de-Portugal-contada-pela-divida-publica

Parece-me que devemos começar a ficar muito preocupados com o que aí vem!





sábado, 12 de dezembro de 2020

... dos filhos e dos enteados

Exmo sr Presidente da AM,
Exmos srs Secretários,
Exmo sr Presidente da CM,
Exmos srs vereadores,
Exmos srs membros eleitos da AM,
Caros companheiros Presidentes de JF,
Público aqui presente,

Há uns tempos, a TSF, apresentou uma interessante reportagem sobre os montes alentejanos. Nessa reportagem, uma senhora, idosa, referia-se à promessa da chegada da luz elétrica e dizia em forma de lamento o seguinte: “Dizem que o sol quando nasce é para todos. Mas não é! Eu nunca tive”…

Quando, em 2013 tomei posse como presidente da JF de Rebordões-Souto, disse que a coisa que mais confusão me fazia era o facto de o Presidente da Junta de Freguesia, sendo o eleito do Poder Local mais próximo do eleitor, ser aquele que para o desempenho das suas funções tinha de andar como um pobre, quase de chapéu na mão, a pedir ao Presidente de CM que faça isto ou aquilo, não para si, mas, acima de tudo, para o povo da sua Freguesia.

Pouco depois, numa reunião na qual participamos todos os Presidentes de JF, fomos informados dos critérios que durante o mandato iriam nortear a atribuição de apoios às Juntas de Freguesia.

Quando começamos no segundo mandato realizou-se a mesma reunião e novamente, os critérios foram apresentados. No entanto, estranhamente, ou nem por isso, esses critérios definidos pela CM de Ponte de Lima para com eles tratar todas as Freguesias da mesma forma foram como que esquecidos e, nos últimos tempos, o bolo que outrora já foi enorme, começou a ser distribuído sem que para o efeito muitas vezes me pareça que haja algum critério.

Sr Presidente, como todos sabem, sou Presidente da JF de Rebordões-Souto e, é nessa função que aqui me encontro. E, é também nesta função que hoje lhe dirijo estas palavras. E, foi nessa mesma função que, ao longo destes sete anos, nesta AM, sempre votei os Planos de Atividades, as Contas de Gerência, e outros documentos. Reconheço que, por vezes, a função de Presidente de JF não me permitiu ter a independência necessária para votar estes documentos. Sempre votei, por vezes até um pouco contrariado, mas sempre em representação do órgão para o qual fui eleito, pensando no benefício da minha terra e das gentes que me elegeram e que e elegeram o Presidente de Câmara Municipal de Ponte de Lima.

Sinceramente pensei que nunca teria que vir aqui dizer isto... mas, a realidade dos últimos tempos, mostrou-me que a realidade e a importância das necessidades de alguns, tem muito mais peso que a realidade e as necessidades de outros.

Retorno ao início da minha intervenção para recordar uma coisa: o Presidente da Junta de Freguesia, o eleito do Poder Local que mais próximo do eleitor se encontra, é aquele que, lamentavelmente, para o desempenho das suas funções tem que andar como um pobre, de chapéu na mão, a pedir ao Presidente de CM que faça isto ou aquilo. Não o faz por si, ou para si, mas para a comunidade que o elegeu e que nele confiou para durante 4 anos gerir os destinos da sua terra.

E depois, este eleito do poder local, este pobre, ao longo de quatro anos, vê-se a braços com tomadas de decisões que para não dizer mais nada causam arrepios.

Assim, e por tudo o que disse anteriormente, e porque nos últimos tempos assisti a deliberações muito estranhas, pergunto ao sr Presidente da CM o que é que as pessoas da freguesia de Rebordões-Souto têm a menos que as pessoas de outras freguesias...

Neste ponto importa considerar o seguinte: todos os anos, o senhor Presidente da Câmara envia um ofício no qual pede propostas de obras ou ações a eventualmente incluir nas Grandes Opções do Plano.

Por isso, estranho que a proposta, que já data de 2014, da Junta de Freguesia de Rebordões-Souto para a realização de obras de beneficiação dos Caminhos Municipais por onde passam diariamente, repito, diariamente, os autocarros que fazem ligação entre a Freguesia do Mato e a Vila de Ponte de Lima e desde Rebordões-souto até à Vila de Ponte de Lima tenham ficado na gaveta enquanto assistimos a deliberações de largas centenas de milhares de euros para beneficiação de outras vias municipais noutras Freguesias... já para não falar no betuminoso, no betão e na pedra dos centros cívicos quando para Souto, em resposta a um pedido de apoio para a repavimentação do Adro da Igreja Paroquial se recebeu de resposta que nada poderia ser dado porque se tratava de uma obra particular... ou ainda do apoio com 70% da repavimentação do polidesportivo que há uns anos ofereceram mas que, infelizmente, fruto da má condução da obra, passado pouco mais que um ano já tinha o piso abatido... uma verdadeira esmola que deu a um pobre!... pergunto porque razão em algumas freguesias se constroem campos de futebol, noutras se relvam campos existentes e para o Campo de Jogos da Carapita, pedido desde 2016... nada!...

Bem sei que em tempos que lá vão, em Souto, foram feitas muitas coisas: um Jardim Infantil e uma Biblioteca... mas que para se arranjarem os fundos dos edifícios foi necessário a Freguesia pagar 30%; o já referido polidesportivo e o parque de estacionamento, muito bom que lá temos, mas que foram pagos em bem mais que 30% pelo orçamento da Freguesia... muitos caminhos, três viaturas, dois tratores, uma casa mortuária... mas sempre com a percentagem dos 30% ou muitas vezes bem mais da Freguesia de Rebordões-Souto.

Para além disso, e, como todos bem sabem, fomos presenteados com uma ETAR (logicamente paga a 100% pela CMPL), com um parecer positivo a uma linha MAT, e um beneficiamento de uma Rua que não pedimos mas que surgiu como contrapartida para o centro cívico de outra Freguesia...

É que é aqui precisamente que se opera esta enorme diferenciação das Freguesias. A umas apenas lhes é dado, e quando é dado, o apoio de 70%, mas para isso, e muito bem, é necessário garantir os restantes 30%. E a outras oferecem-se obras de centenas de milhares de euros

Sr Presidente, acredite que ponderei muito se devia vir aqui dizer o que acabei de dizer... há pouco mais de um mês, o senhor Presidente, acompanhado pelo senhor chefe da DSU, visitou a minha Freguesia e afirmou a disponibilidade para realizar uma das obras que pedimos há 6 anos… fiquei muito satisfeito com a promessa de realização de obras no CM 1262 (agora Rua do Mirante e Rua de Nossa Senhora do Amparo)… Fiquei satisfeito mas não descansado porque essa obra sempre foi promessa do CDS nas eleições à Assembleia de Freguesia de Rebordões-Souto. Promessa feita e sempre esquecida nos tempos em que o CDS governou a Junta de Freguesia de Rebordões-Souto e promessa aos candidatos que não venceram as eleições (pelo menos isso afirmaram).

Volto novamente ao início: o Presidente da Junta é o parente pobre, diria mais, mesmo muito pobre do Poder Local... resta-lhe a consolação de ajudar aqueles que o elegeram. Ficará com o orgulho ou a pequena satisfação de, não tendo dinheiro para grandes obras ou eventos, fazer coisas mais pequeninas... e, fica-se com a mágoa de ver que, infelizmente, e ao contrário do que se diz, a equipa dos Presidentes de Junta, não é uma equipa, mas sim um conjunto de filhos e de enteados que, impávidos e serenos, assistem à abertura, temporária, de uma torneira que, quando abre, abre, mas não para todos... e não, em Ponte de Lima, infelizmente, ou felizmente, não somos todos iguais!...

Por momentos até parece que estamos num daqueles montes isolados do Alentejo onde o sol ainda não chegou.

Termino com um desafio: a população de Rebordões-Souto, nos dois mandatos em que fui eleito Presidente de Junta de Freguesia soube distinguir o voto no Presidente da sua Junta de Freguesia do voto no seu Presidente de Câmara, dando-nos, aos dois, duas vitórias claras... Sr Presidente, ainda lhe faltam uns meses de mandato... corresponda à confiança que o povo de Rebordões-Souto em si depositou e faça com que alguns raios de sol lá cheguem. 

Deixo-lhe apenas mais duas questões muito simples:
- o Governo aumentou a transferência do OE para as Juntas de Freguesia; o senhor Presidente afirmou diversas vezes que a CMPL transfere para as Junta de Freguesia uma verba igual. Vai alterar aquilo que consta dos Contratos de Execução e Apoios Diversos?
- por força do Acordo de Execução, a CMPL paga 280,00€/Km para que as Juntas de Freguesia façam a limpeza das vias municipais. Eu não consigo fazer este trabalho com este valor... nem mesmo com o dobro... duvido que algum Presidente de Junta o consiga... não estará na altura de atualizar este valor?

Ponte de Lima, 12 de dezembro de 2020

Filipe Amorim,
Presidente da Junta de Freguesia de Rebordões-Souto

Nota: depois desta minha intervenção, feita na AM de 12 de dezembro de 2020, a propósito do debate do Plano e Orçamento para 2021, recebemos da parte do senhor Presidente da Câmara a conformação de que a obra de beneficiação do CM 1262 (agora Rua do Mirante e Rua de Nossa Senhora do Amparo) iria realizar-se; percebemos ainda que não iriam ser reforçadas as verbas para as Juntas de Freguesia e que os 280,00€ terão que ser suficientes para fazer a limpeza das vias públicas... 

domingo, 6 de dezembro de 2020

Na minha próxima vida, quero viver de trás para frente

"Na minha próxima vida, quero viver de trás para frente:

Começar morto, para despachar logo o assunto.

Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa.

Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia.

Trabalhar 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo.

E depois, estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bebé inocente até nascer.

Por fim, passo nove meses flutuando num “spa” de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois – “Voilà!” – desapareço num orgasmo."

(Woody Allen)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Francisco Sá Carneiro - 40 anos depois


Hoje, 4 de dezembro,  cumprem-se 40 anos sobre um dos dias tristes da história de Portugal. 

Neste dia, assistiu-se ao hediondo crime de Camarate em que foram assassinados o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro da Defesa e mais cinco pessoas que seguiam no pequeno avião que utilizavam para se deslocar de Lisboa para o Porto e que minutos antes tinha levantado. 

É triste pensar que, quatro décadas e dez comissões de inquérito parlamentar depois, os responsáveis por este crime ainda não foram penalizados e o país não consegue fechar de vez está página negra da História. 


quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Marcelo anuncia que anunciará no domingo recandidatura à Presidência

Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que vai anunciar no próximo domingo a sua recandidatura à Presidência da República... afinal, a defesa do mandato único é só para alguns... 


quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Descida nas tabelas do IRS dá poupança de 0,69 euros em salário de 700 e de 7 euros a quem ganha 1.750

Bem sei que não dá para muito mais...

Em primeiro lugar há que considerar que isto não é um aumento... é apenas e só uma diminuição na retenção de impostos (através da qual, todos os meses, o Estado, à custa do nosso trabalho, do nosso rendimento, vai cobrando uns trocos).

No entanto, atendendo à realidade em que vivemos, sinceramente isso não me aborrece muito. Afinal, há muito que estamos habituados a viver assim, sem aumentos... com cortes... com aumentos de taxas e taxinhas!...

O que me aborrece mesmo é a forma como as coisas são anunciadas... a forma enganosa como nos é dito que vamos ter um aumento...