sexta-feira, 31 de março de 2023

SILERE NON POSSUM // n.º 31 // Carlos Aguiar Gomes

  SILERE NOM POSSUM 


(Não me posso calar – Santo Agostinho)

“Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

Carta aos meus amigos - n.º 31

BRAGA, 30 - MARÇO - 2023

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PAX

JÉRÔME LEJEUNE: Um Homem para a eternidade!

Muitos dos meus Amigos-leitores conhecem, tenho a certeza, um dos maiores vultos do século XX na área da Genética: Jérôme Lejeune que foi um expoente máximo do seu tempo na área que lhe era particularmente querida.

A Genética e o Amor aos doentes que a ele recorriam no sofrimento de doenças de origem cromossómica, nomeadamente aos que sofriam de Trissomia 21, o Professor Lejeune marcou-lhes indelevelmente a sua existência. Todos, colegas de trabalho, alunos ou doentes que tiveram o privilégio de com ele conviver foram marcados por esse amor aos doentes e à Ciência que sempre colocou ao serviço dos seus doentes. 

Jérôme Lejeune, o Professor Lejeune como era conhecido em todo o mundo da Ciência, foi um génio. A ele se deve a descoberta da causa da Trissomia 21. A primeira vez que o mundo da citogenética verificou que os doentes, até aí chamados de mongoloides, eram portadores de um erro cromossómico no par 21 que tinha um cromossoma a mais no par cromossómico autossómico 21. A partir desta grande descoberta feita por Lejeune, o mundo da Genética humana nunca mais seria o mesmo, para o bem e para o mal. 

A grande preocupação do Prof. Lejeune foi sempre durante toda a sua vida de grande investigador e de médico era a de encontrar a cura dos portadores desta trissomia. Lutou por todo o mundo, sempre nesta perspectiva: curar os doentes. Ficou muito perturbado quando constatou que a sua descoberta tinha aberto ainda mais as portas ao aborto, que elimina o doente, matando-o.

Este gigante da Genética tornou-se uma referência mundial. Recebeu imensos prémios, convidado para inúmeras Academias de Ciências desde a Academia Pontifícia de Ciências passando pela Academia Real da Suécia, entre outras, e foi convidado a fazer conferências nas mais prestigiadas Universidades do mundo. Dos Estados Unidos da América à extinta URSS. Do Japão à Nova Zelândia. Da Austrália ao Japão ou Uruguai. Lejeune era estimado pelos maiores cientistas do seu tempo e ocupou, em França, as mais altas funções a nível científico e recebeu de vários países as mais altas distinções. A Santa Sé incumbiu-o de múltiplas missões científicas e diplomáticas.

No ANO INTERNACIONAL DA FAMÍLIA, 1994, no dia de Páscoa, 3 de Abril, entregou a sua alma ao Criador, vítima de um cancro dos pulmões.

Jérôme Lejeune nasceu em 13 de Junho (gosto imenso da coincidência de eu ter nascido num dia 13 de Junho!) de 1926 perto de Paris. E foi nesta cidade que sempre viveu, estudou e investigou. Foi na “cidade luz” que este grande Mestre da Genética descobriu e explicou, como já referi, a causa da Trissomia 21 a que muitos dos seus colegas quiseram que se passasse a chamar de síndrome Lejeune, o que sempre recusou.

Em 1957 foi nomeado perito da ONU para os efeitos das radiações atómicas e neste âmbito deve destacar-se a missão diplomática de que foi incumbido pela Santa Sé, em 1981, para ir a Moscovo sensibilizar os mais altos dirigentes da URSS para os perigos de uma guerra atómica. Nesta importantíssima missão teve um encontro particular com o Secretário do Partido Comunista da URSS, Lenidas Brejenev.

Na sua extensa biografia destaca-se o ter sido o primeiro Professor da primeira Cadeira de Genética Fundamental da Faculdade de Medicina de Paris e de em 1965 se ter tornado Chefe da Unidade de Citogenética do Hospital Necker “Enfants Malades”.

Lejeune, em toda na sua vida de cientista, nunca recuou face ao «politicamente correcto». Foi sempre ele mesmo: um cientista católico e um católico cientista. E por causa desta opção coerente de vida, em defesa incondicional da VIDA HUMANA, perdeu um Nobel que lhe iria ser atribuído pela sua grande descoberta na área da Genética. Por isso, um dos seus mais ilustre admiradores, S. João Paulo II, Magno, o encarregou em 1993 de trabalhar nos estatutos da Academia Pontifícia para a Vida e o nomeou seu primeiro presidente (Fevereiro de 1994, poucos meses antes de morrer) e numa das visitas que João Paulo II Magno fez a França, fez questão de, ao arrepio do protocolo, ir rezar junto do túmulo do «seu amigo, Jérôme Lejeune» como a este cientista se referia sempre.

Em 2019, Aude Dugast, publicou uma sua notável biografia. O livro de Aude Dugast é «uma bela homenagem a Jérôme Lejeune e esclarece também o que, hoje, se joga no domínio da bioética, cujas raízes são bem mais antigas.»

A autora da citada recensão (Adélaide Pouchol, 6 de Maio de 2019) diz, e muito bem, que «este é um livro a colocar em todas as mãos». Lamento que este magnífico livro ainda não tenha sido traduzido para a nossa língua.

Lejeune marca um período difícil da nossa época. É uma referência para todos os lutam por uma cultura da vida contra uma cultura dominante da morte

O livro que referi, da Editora ARTÈGE (Paris), foi publicado em 1 de Abril de 2019. A Editora, a propósito desta figura ímpar do mundo Ciência refere: «Pioneiro da Genética moderna, encantado pela beleza de cada vida humana, o Professor Lejeune marcou a história assumindo a defesa dos sem voz. Seguindo a sua consciência de médico fiel ao juramento de Hipócrates e de cristão fiel ao seu baptismo, mostrou com brio como a Ciência e a Fé se engrandecem mutuamente. A sua história é a de um homem que permaneceu livre apesar das honras recebidas no mundo inteiro depois dos ataques violentos de que foi objecto».

O Papa Francisco, em 21 de Janeiro de 2021, declarou Venerável este extraordinário médico e cientista de renome internacional.

Neste nosso tempo, que perdeu a memória dos grandes Homens, que devem ser referência para todos nós, é bom recordar a figura ímpar deste Médico e Citogeneticista, Jérôme Lejeune.

Dia 3 de Abril, data do seu falecimento, e sempre, deveríamos ter bem presente a estatura científica e moral deste vulto para o ver, brevemente, nos altares e, sobretudo, tê-lo sempre bem presente no nosso agir quotidiano como modelo de coerência de vida.

Talvez a maior homenagem que foi prestada até hoje ao Professor Lejeune, foi-o por um dos seus doentes, no dia do funeral, a 6 de Abril de 1994, na Catedral de Notre Dame por Bruno, um jovem com trissomia 21 e que tinha sido acompanhado por Lejeune, que a meio das solenes exéquias presididas pela Cardeal Vingt-Trois, Cardeal Arcebispo de Paris. Bruno, no silêncio orante de uma Catedral cheia de personalidades ilustres do meio político, religioso, académico e de uma imensa mole de cristãos e simples admiradores de Lejeune. Bruno grito em alta voz, no meio daquela multidão:

«Obrigado meu Prof. Lejeune por tudo o que fizeste pelo meu pai e pela minha mãe. A tua morte curou-me. Graças a ti tenho orgulho em mim»!


SILERE NON POSSUM!

Carlos Aguiar Gomes, Braga, 30 de Março de 2023.

terça-feira, 28 de março de 2023

Empresas dispensam três grávidas ou mães recentes por dia

 O Jornal de Notícias, na sua edição de ontem, 27 de março de 2023, avança com a informação de que as empresas dispensaram três trabalhadoras grávidas e recém-mães em 2022, numa média de três funcionárias por dia.

Que triste realidade!... que gente sem respeito pelos outros.

É uma vergonha pensar que, numa altura em que a legislação procura consagrar direitos parentais, os nossos empresários, sedentos de lucro, invoquem todo o tipo de (in)justificações para não renovar contratos com mulheres, grávidas ou mães...

Não entendo como pode ser possível que, confrontamos com o dramático envelhecimento populacional com que nos confrontamos, a resposta seja outra que não o incentivo sério à natalidade!…

Infelizmente, continuaremos a minguar!… seremos cada vez mais velhos… e cada vez menos!… 

Urge inverter este caminho!… ou qualquer dia não temos pessoas para contratar!…

segunda-feira, 27 de março de 2023

As Certezas do Meu Mais Brilhante Amor

Hoje faço anos… 46… 

Há 24 anos, no dia do meu aniversário fui presenteado com um disco de Sérgio Godinho que tinha como título "Era uma vez um rapaz"!


Quem mo ofereceu foi a Rosinha, o amor da minha vida… este disco foi, durante muito tempo, uma das minhas companhias (ao volante, ao computador)…

São17 músicas, 17 sucessos do grande Sérgio Godinho.

Entre elas, há uma que hoje me merece uma partilha: "As Certezas do Meu Mais Brilhante Amor"...

Grande poema que me merece a sua partilha... aqui vai!... (pode ouvir aqui)

As certezas do meu mais brilhante amor
Vou acender que amanhã não há luar
Eu colherei do pirilampo um só fulgor
Que me perdoe o bom bichinho de o roubar

Assobiando as melodias mais bonitas
E das cidades descrevendo o que já vi
Homens e faces e seus gestos como escritas
Do bem e do mal, a paz acalme o frenesim

Se estou sozinho, é num beco que me encontro
Vou porta a porta perguntando a quem me viu
Se ali morei, se eu era o mesmo e em que ponto
O meu desejo fez as malas e fugiu

Assobiando a melodia mais bonita
A da certeza do meu mais brilhante amor
Da sensação de entre as demais a favorita
Que é ver a rosa com o tempo a ganhar cor

Assobiando as melodias mais brilhantes
Como o brilhante da certeza de um amor
Como o rubi mais precioso entre os restantes
Que é o da meiguice alternando com o ardor

Não negarei ficar assim esta beleza
Assobiando as melodias mais fugazes
Não é possível nem é simples, com certeza
Mas é vontade que me dá do que me fazes


sexta-feira, 24 de março de 2023

SILERE NON POSSUM // n.º 30 // Carlos Aguiar Gomes

 SILERE NOM POSSUM 


(Não me posso calar – Santo Agostinho)

“Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

Carta aos meus amigos - n.º 30

BRAGA, 23 - MARÇO - 2023

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PAX

Quem não vê que esta árvore está podre por dentro?
                                                       
«Não se opor ao erro é aprová-lo; não defender a verdade é negá-la»
(S. Tomás de Aquino) 

«Em 1964, o físico Andrei Sakharov falou contra Lysenko na Assembleia Geral da Academia Russa de Ciências: Ele é responsável pelo vergonhoso atraso da biologia soviética e da genética em particular, pela disseminação de visões pseudocientíficas, pelo aventureirismo, pela degradação do aprendizagem e pela difamação, disparo, prisão e até morte de muitos cientistas genuínos.»
 
Quem tem a pachorra de me ler, sabe que já várias vezes me referi a Lysenko, um pseudocientista soviético ao serviço da ideologia marxista na altura comandada por Estaline. A fraude descarada e um serviçal implacável da ideologia que pretendia (e pretende) criar um homem novo. Lysenko baseava-se no lamarckismo já desacreditado mundialmente e substituído pelo darwinismo, ambas teorias da Evolução. Já sabemos no que deu: o seu descrédito e atraso da Genética na defunta URSS.

Nunca a Ciência se pode enfeudar a Teorias e, muito menos, a ideologias por mais na moda que possam estar e mais “intelectuais” que as suportam.

Assistimos, em Portugal e em todo o Ocidente, à invasão agressiva de uma teoria, fabricada pela chamada “engenharia social” que visa “desconstruir” o Homem e “criar” uma humanidade falsificada e que recusa as evidências da Ciência e se alicerça em pressupostos ideológicos. Estou a referir-me à TEORIA DO GÉNERO com o cortejo de disparates que arrasta, como a escrita inclusiva ou à proibição de se proclamar que a espécie humana é binária ou que uma mulher está grávida!

Perante o desinteresse colectivo, em Portugal, muito poucos se têm manifestado contra esta fraude ensinada e imposta nas escolas de todos os níveis de ensino. Este silêncio é inexplicável e… cúmplice.

Um grupo de cidadãos portugueses (Nov.2021) fez uma recolha de assinaturas na chamada «Plataforma Cidadã “Maria da Fonte» sobre a LIBERDADE DE ENSINO que nenhum meio de comunicação social divulgou aplicando o “cancelamento” do pensamento. Temos de nos mobilizar e mobilizarmos a comunidade para fazer frente aos novos ditadores travestidos de progresso e vanguarda quando o que pretendem é moldar as cabeças de acordo com o seu modelo disruptivo face à Natureza e à Ciência.

Estou farto dos novos “Lysenkos” e do “lysenquismo” que invadiram, nomeadamente, o Ministério da Educação. Grito com todas as minhas forças: abaixo a colonização da nossa Cultura pela Teoria do Género e do Cancelamento!

…Vi no “Nascer do SOL” (8.I.22) que uma “ASSOCIAÇÃO AVANÇA COM AÇÃO CONTRA IDEOLOGIA DO GÉNERO” por ofender e não respeitar a neutralidade que a Constituição impõe no que concerne à educação. Finalmente que uma notícia destas merece destaque a nível nacional. Na realidade, os fulanos que invocam a dita Constituição “a torto e a eito” para que se respeite tudo e mais alguma coisa, sobretudo quando alguém belisca os seus princípios ideológicos fascistas / comunistas, são os mesmos que a não respeitam e impõem os seus critérios para lavar os cérebros das crianças, jovens e, no fim, a toda a população.

A Ideologia do Género é uma teoria sem fundamento que não seja ideológico e integra a chamada “engenharia social” que procura fazer uma humanidade desuhumanisada ou transhumanisada. Uma Teoria não é uma Lei e nunca poderá ser imposta por Lei por mais votos que tenha a apoiá-la. Repito: Convém nunca esquecer que uma Teoria não é uma Lei.

A Acção apresentada com Providência Cautelar é um passo pela Liberdade contra a usurpação do DIREITO FUNDAMENTAL HUMANO de serem os Pais e só estes (salvo casos excepcionais) a escolher o tipo de educação a dar aos filhos. E os pais não podem nem devem andar distraídos com o que se passa nas escolas e com as Directivas / Guiões / Sugestões / Imposições elaborados pelos Gabinetes de um qualquer Ministério e, por maioria de razão, pelo da Educação e outros que estão a impor veladamente essa ideologia fabricada pela tal “engenharia social” e que de engenharia nada tem.

Como interventor Social desde há muitas décadas que tenho feito um combate (trata-se, afinal de uma guerra) sem tréguas por este direito dos pais de serem eles, com total liberdade e conhecimento, a escolher a escola e o tipo de educação que querem dar aos seus filhos.

Não posso admitir um Estado Educador do Povo! Nem uma comunicação social que “cancela” a liberdade de expressão! Nunca, mas nunca.

Finalmente, esta luta tem já dimensão nacional. Deus queira que encontre eco e apoio nos mais interessados: os PAIS. 

Não me posso calar! 

Não me calarei enquanto estiver em meu juízo, pois “não há machado que corte a raiz ao pensamento” nem rolha que deixe colocar na minha boca.

SILERE NON POSSUM!

Carlos Aguiar Gomes, Braga, 23 de Março de 2023.

quinta-feira, 23 de março de 2023

Tribunal Constitucional com três juízes em funções após fim do seu mandato. O que está em causa?

 

O sapo.pt, coloca-nos uma pergunta interessante... 

Sinceramente não sei bem o que responder... mas parece-me estranho que aqueles que são os maiores responsáveis por garantir o cumprimentos da Constituição, sejam precisamente aqueles que a violam... descaradamente... sem pudor... 

Sinceramente, não consigo entender o que leva estes senhores a julgarem que são insubstituíveis, que podem ficar no desempenho das suas funções para além do tempo que a Lei, que obrigam a cumprir, lhes permite...

Enfim!... hoje ouvia um importante constitucionalista dizer que isto viola a ética republicana... para mim, viola a mais elementares regras de decência.

quarta-feira, 22 de março de 2023

SILERE NON POSSUM // n.º 29 // Carlos Aguiar Gomes

 SILERE NOM POSSUM 


(Não me posso calar – Santo Agostinho)

“Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

Carta aos meus amigos - n.º 29

BRAGA, 16 - MARÇO - 2023

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PAX

Por uma Nicarágua livre!



Quando referimos a perseguição aos católicos no mundo, pensamos logo nos países de predominância religiosa muçulmana. Se em muitos casos é verdade, noutros não é bem assim. 

Nunca falamos da perseguição aos cristãos na Europa, por exemplo, apesar dela existir em muitos das velhas democracias onde a ideologia do cancelamento impõe as sua regras violando os princípios da Liberdade Religiosa. E está a generalizar-se no chamado “Velho continente” que cada vez mais está mais velho e decrépito.

Nesta minha Carta de hoje, queria alertar os meus Amigos-leitores para o caso clamoroso da Nicarágua, onde uma ditadura comunista feroz persegue, sem dó nem piedade, os católicos. Não foi notícia dos grandes meios de comunicação ocidentais:

- a prisão por 26 anos e 4 meses do Bispo, Mons. Rodrigo Alvarez, por se recusar a abandonar o seu país onde tem sido um defensor destemido da Liberdade;

- o encerramento de todas as Universidades católicas;

- a proibição de celebrar a Fé com procissões, sobretudo as da Quaresma e Páscoa, nos espaços exteriores aos templos;

- as celebrações religiosas serem “fiscalizadas” por esbirros armados;

- a “suspensão”, eufemismo para designar corte de relações diplomáticas entre a Santa Sé e a Nicarágua;

- o encerramento de estações de rádio e de televisão católicas;

- a expulsão de várias congregações religiosas entre elas as Irmãs da Caridade, de Madre Teresa de Calcutá;

- retirada de personalidade jurídica e dissolução da Caritas;

- proibição de as ONGs católicas receberem donativos o exterior. «Aun así, seguimos buscando formas de mortificación, el sacramento de la confesión, el rezo del vía crucis en nuestras casas, en las parroquias, la asistencia a la santa misa el domingo… Nos reunimos también en oración utilizando Zoom, WhatsApp o viendo predicaciones de YouTube o de Facebook; este pueblo sigue esperando en su Dios».

Mas o povo nicaraguense responde com a sua inabalável fé face ao tirano que os “governa”:
«Apesar de tudo, continuamos com formas de mortificação, com a confissão, a recitação da “Via Sacra” nas nossas casas, nas paróquias, assistência à Santa Missa ao Domingo… Reunimo-nos, igualmente, em oração usando o Zoom, WhatsApp ou vendo pregações no Youtube ou no Facebook. Este povo continua esperando no seu Deus!...».

Este povo não verga nem se atemoriza. Ajoelha!
Este povo não gasta tempo, que não volta para trás, a demolir a sua Fé. Ajoelha!
Este povo sofre e converte o sofrimento em oração. Ajoelha!
Este povo dá-nos o exemplo de suportar as afrontas, a perseguição e o ódio de tiranetes. Ajoelha!

Porquê este silêncio dos católicos de “barriga cheia” e que se ocupam em demolir o nosso património doutrinal que Jesus nos deixou e a Tradição manteve e transmitiu como é o caso da Alemanha e dos seus seguidores com palcos abertos? Não prefere AJOELHAR considerando-se dono e senhor do património da Fé que não é seu e que não pode tocar.

Com grande desencanto e apesar dele, NÃO ME POSSO CALAR! Assim Deus me ajude!

SILERE NON POSSUM!

Carlos Aguiar Gomes, Braga, 16 de Março de 2023.

terça-feira, 21 de março de 2023

Amor é fogo que arde sem se ver


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
- Luís de Camões -

domingo, 19 de março de 2023

Rui Nabeiro... um Homem bom!...

 Foi desta forma que Luís Montenegro, Presidente do PSD a ele se referiu no dia em que nos deixa... 

Realmente Rui Nabeiro foi um Homem Bom... que o digam todos aqueles que ele ajudou... e todos aqueles que tiveram a honra de serem seus funcionários!...


Sinceramente, há pessoas que não merecem o carimbo de pertencerem a esta ou a outra família política... bem sei que Rui Nabeiro foi Socialista, militante e destacado dirigente!... infelizmente fez parte do grande número dos apoiantes de Sócrates.

Sinceramente, comungo das palavra de Luís Montenegro!... um Homem bom... recordo a sua participação no programa "Na primeira pessoa"... é a partida de pessoas como este grande senhor que nos faz sentir pequenos!...

Sinceramente, ficamos todos muito mais pobres!...


quinta-feira, 16 de março de 2023

do Regulamento... da disciplina... da disponibilidade... da repreensão... da falta de investimento... ou melhor: da casa onde não há pão e onde todos ralham sem razão!

Portugal, vive há muitos anos problemas graves no que ao financiamento diz respeito. Mas a verdade é que a falta de investimento coloca em causa as forças armadas que têm, na sua maioria, material velho e obsoleto. E, sem investimento em equipamento, novas armas e material moderno, as nossas forças armadas, pouco mais fazem que participar em algumas missões destacadas, apagar incêndios e fazer desfiles e guardas de honra. 

Os nosso governantes (e os da generalidade dos outros países europeus) fizeram-nos acreditar que viveríamos numa paz eterna. Mas a realidade foi mais forte e, há pouco mais de um ano, acordamos com a invasão da Ucrânia. 

De repente, e pelas piores razões, rapidamente percebemos que as nossas FA’s não estão bem: não têm equipamentos, nem tão-pouco homens para os operar…

De tal modo que, em fevereiro de 2020, um grupo de Generais das Forças Armadas (FA’s), entre os quais três ex-chefes do Estado-Maior numa carta enviada ao Presidente da República afirmam que as Forças Armadas vivem um "Processo de desconstrução e pré-falência", com "dificuldades inéditas", "mínimos" de efetivo "nunca verificados" e "dificuldades de sustentação e manutenção".

De seguida, em junho de 2022, o ex-Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas, Almirante Silva Ribeiro, afirma que se assiste ao "envelhecimento e obsolescência dos meios militares", a "bloqueios" à execução da Lei de Programação Militar (LPM), a quadros de pessoal "bastante abaixo" das necessidades, que dificultam a forma como as nossas Forças Armadas enfrentam os "desafios futuros".

Agora, em 11 de março de 2023, 13 militares, quatro Sargentos e nove Praças, militares do navio NRP Mondego, que se encontra fundeado na Madeira, recusaram-se a embarcar para cumprir uma missão de acompanhamento de um navio russo, que ao que tudo indica era um navio espião, invocando falta de condições de segurança nomeadamente o facto de um motor e um gerador de energia elétrica estarem inoperacionais, para além de diversas fugas de óleo, várias infiltrações, e de, nos equipamentos que ainda se encontravam em funcionamento terem há muito tempo sido ultrapassadas todos os prazos para a manutenção.

Mas… há sempre um mas…

É necessário investir nas FA’s!... É cada vez mais urgente que os governos façam o que lhes compete e que façam um verdadeiro investimento nas FA’s… mas, a reação dos 13 militares da Armada Portuguesa que no passado sábado se recusaram a cumprir uma missão não é a solução.

Tal como não é solução a sua repreensão pública que acaba de ser feita pelo sr Chefe de Estado da Armada, Almirante Gouveia e Melo.

Se os militares estão obrigados a um conjunto de obrigações, também lhes assistem um conjunto de direitos… e, por mais grave que seja a sua falta, a resposta nunca pode ser outra falta.


TÍTULO I
Princípios fundamentais

CAPÍTULO II
Deveres militares

Artigo 11.º
Deveres gerais e especiais

1 — O militar deve, em todas as circunstâncias, pautar o seu procedimento pelos princípios da ética e da honra, conformando os seus actos pela obrigação de guardar e fazer guardar a Constituição e a lei, pela sujeição à condição militar e pela obrigação de assegurar a dignidade e o prestígio das Forças Armadas, aceitando, se necessário com sacrifício da própria vida, os riscos decorrentes das suas missões de serviço.

2 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

São deveres especiais do militar:

a) O dever de obediência;
b) O dever de autoridade;
c) O dever de disponibilidade;
d) O dever de tutela;
e) O dever de lealdade;
f) O dever de zelo;
g) O dever de camaradagem;
h) O dever de responsabilidade;
i) O dever de isenção política;
j) O dever de sigilo;
l) O dever de honestidade;
m) O dever de correcção;
n) O dever de aprumo.

TÍTULO II
Medidas disciplinares 

CAPÍTULO III
Penas disciplinares

Artigo 31.º
Repreensão

A pena de repreensão consiste na declaração feita ao infractor, em particular, de que sofre reparo por ter praticado uma infracção disciplinar.

Artigo 32.º
Repreensão agravada

A pena de repreensão agravada consiste na declaração feita ao infractor de que sofre reparo por ter praticado uma infracção disciplinar, sendo efectuada nos seguintes termos:

a) A repreensão agravada a oficiais e sargentos é dada na presença de outros oficiais ou sargentos, respectivamente de posto superior ou igual, mas, neste caso, mais antigos, da unidade, estabelecimento ou órgão a que o infractor pertencer ou em que estiver apresentado;
b) A repreensão agravada a cabos é dada na presença de praças do mesmo posto, de antiguidade superior à sua, e às outras praças é dada em formatura da companhia, ou equivalente da unidade, estabelecimento ou órgão a que pertencerem ou em que estiverem apresentadas.

Resumidamente, tudo isto são problemas de Regulamento... de disciplina... de disponibilidade... de repreensão... de falta de investimento... ou melhor: de uma casa onde não há pão e onde todos ralham sem razão!

terça-feira, 14 de março de 2023

SILERE NON POSSUM // n.º 28 // Carlos Aguiar Gomes


SILENE NOM POSSUM 

(Não me posso calar – Santo Agostinho)

“Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

Carta aos meus amigos - n.º 28

BRAGA, 09 - MARÇO - 2023

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PAX

«DEZOITO MESES DE PRISÃO POR MATAR UM RATO
e entretanto facilita-se tudo para fazer um aborto!» 
(Mons. Bernardito Auza, Núncio Apostólico em Espanha)


«… a sociedade precisa de crentes humildes que com valentia e firmeza manifestem as suas convicções, porque Deus merece que os Seus filhos O glorifiquem com gestos, palavras e obras…» 
(Mons. Francisco Pérez, Arcebispo de Pamplona, Espanha, 5.Fev. 23)

VALHO MENOS DO QUE UM RATO?

Vivemos uma sociedade que está em colapso há décadas e vai de mal a pior. Os exemplos não nos faltam. A crítica que fez recentemente o Núncio Apostólico em Espanha e com que abro esta minha Carta são bem uma triste prova do que acabei de escrever. Mons. Bernardito Auza referia-se à publicação das leis do “Bem-estar animal» e da reforma da lei do Aborto que foram aprovadas neste mês em Espanha.

A loucura generalizada que se apoderou de políticos um pouco por todo o lado não tem limites! Mas, mais grave, os cidadãos eleitores ficam indiferentes e voltam a votar nos mesmos.

Frequentemente, mas mesmo muito frequentemente, tenho a vontade de deixar «andar» pois tenho a sensação que já nada vale a pena fazer para contrariar esta tendência suicida do Ocidente. Lembro-me que comecei a luta pela vida no início da década de 70 do século passado! Artigos, livros, conferências, debates, programas de rádio, oração… Servi-me de todos os meios ao meu alcance e com as minhas enormes limitações. Foi por causa desta luta que travei conhecimento com o Venerável Jérôme Lejeune!

Assim, o cansaço atingiu-me. Sinto-me frustrado e quase tentado a escrever que… perdi o meu tempo. Contudo… a minha consciência impele-me a não parar contrariando a minha vontade de deixar a destruição acabar (acabará algum dia?) o seu trabalho.

Li a homilia do Arcebispo de Pamplona de que cito em exergo uma curta passagem. Porém, este Arcebispo corajoso e fiel ao ensinamento de sempre da Igreja, indo contra a corrente, ad intra e ad extra da Igreja (a confusão instalou-se ao mais alto nível!) disse mais nesta referida homilia. Transcrevo algumas passagens, aquelas que me tocam mais:
  1. «Estar apegado às coisas da terra, às vezes paralisa-nos e impede-nos de ver muito mais alto. No momento actual manifestar que somos cristãos resulta-nos difícil e podem ridicularizar-nos.»
  2. «Não podemos cair na tentação da cobardia e muito menos pensar que o crente é um parasita da própria sociedade. Frequentemente querem-nos convencer de que é assim e tal não está certo.»
  3. «Sem Deus o homem perde a sua grandeza, sem Deus não existe o verdadeiro humanismo (Bento XVI).»
  4. «Na nossa época, a infracção da lei natural é frequentemente percepcionada como uma conquista do progresso (C. S. Lewis). E isto é muito grave porque a natureza cobra-se sempre seja para o bem seja para o mal.» 
Sim, de facto, não podemos cair na tentação da cobardia. De cobardes está o mundo cheio!

Desde quando um rato ou outro animal qualquer vale mais do que um bebé por nascer? Não podemos calar esta inversão de valores nem deixar atacar a VIDA HUMANA, sobretudo a mais indefesa. É verdade que devemos respeitar todas as criaturas Não por elas próprias mas por respeito para com o Criador, Deus, mas colocando cada qual no seu lugar. Estamos a entrar numa sociedade de loucos em que um rato, um piolho ou um percevejo, criaturas que nos causam tantos danos, passam a ter mais protecção do que a Pessoa Humana! Que sociedade bovina é esta? 

Parafraseando o Arcebispo de Pamplona temos de nos armar com “valentia e firmeza manifestando as nossas convicções”, a tempo e a contra-tempo, para enfrentar a guerra que nos declaram ferozmente contra o Direito Natural e a Lei Divina!

Podemos calar? Podemos ficar indiferentes como lorpas que não entendem ou não estão para se maçar face a esta guerra entre a Vida e a morte?...

… Por mim não me posso calar apesar da fadiga e da exaustão a que me leva a repetição das minhas convicções mais profundas pela VIDA há tantas décadas!

SILERE NON POSSUM!

Carlos Aguiar Gomes, Braga, 9 de Março de 2023.

domingo, 12 de março de 2023

A desconfiança

 A desconfiança…

À desconfiança acrescento o maldizer!

Infelizmente, o mundo está cheio de semeadores de maldizer… especialistas na arte de apontar, esquecendo que por cada dedo que apontam, outros quatro ficam a apontar para o apontador!


sexta-feira, 10 de março de 2023

Se tivéssemos todos nascido ontem...

Se tivéssemos todos nascido ontem...


O Expresso pública, hoje, um artigo de opinião, da autoria de Henrique Monteiro, que, na minha muito humilde opinião, classifico de muito interessante e, no qual, de forma muito coerente, digo eu, humildemente, retrata muito daquilo que foi a realidade recente da TAP… 

Li o artigo… ruminei o artigo… e, sinceramente, julgo que a forma como termina é realmente a essência da coisa!… 

Se tivéssemos todos nascido ontem… e, na versão digital do jornal, que assino com muito gosto, este artigo é acompanhado da imagem que anexo a este meu pequeno desabafo. Nesta imagem aparece a grande tirada da saudosa Maria José Nogueira Pinto, “Eu sei que você sabe que eu sei que você sabe”…

Infelizmente, na política, nacional e local, há muita gente que sabe que há coisas que toda a gente sabe, embora se disfarce… e, outros há que, donos da [sua] verdade, douram a pílula a seu jeito!…

Felizmente, muita gente sabe que outros sabem o que outros sabem!… infelizmente, alguns julgam que não!…

segunda-feira, 6 de março de 2023

SILERE NON POSSUM // n.º 27 // Carlos Aguiar Gomes

SILERE NON POSSUM


(Não me posso calar – Santo Agostinho)

“Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

Carta aos meus amigos - n.º 27

BRAGA, 02 - MARÇO - 2023

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PAX

««Então, foram-lhe apresentadas várias crianças para que lhes impusesse as mãos e orasse por elas. Mas os discípulos repreendiam-nas. Jesus, porém, disse-lhes: Deixai as crianças, e não as impeçais de vir a Mim, porque delas é o Reino dos céus.»
(Mt 19, 13-15)

«… ai daquele por quem vêm (os escândalos)! Seria melhor para ele que lhe pendurassem ao pescoço uma pedra de moinho, e que fosse precipitado no mar, do que ser causa de escândalo para um destes pequeninos.»
(Lc 17, 1-2)

Cristo Sumo Sacerdote

Hesitei bastante se havia de escrever algo, produto da minha reflexão sobre a gravíssima crise que está a abalar fortemente (e fragorosamente?) a Igreja. 

O nosso povo costuma dizer, cheio de sabedoria, que “quem cala, consente”. E é verdade. O nosso silêncio, mesmo que interiormente desaprove determinados factos, é, ou pode ser, entendido como anuência a erros, falsidades, alarvidades ou outras formas de ataques à Verdade.

Como o tema destas minhas Cartas semanais têm um mote – SILERE NON POSSUM -- atribuída a Santo Agostinho e que se pode traduzir por “não me posso calar”. Não, por feitio e educação, não posso compactuar com o meu silêncio, com o que se passa na Igreja a que pertenço desde o dia 30 de Junho de 1945, dia do meu Baptismo. Sobretudo com o que está sucedendo há décadas na derrocada provocado por causas internas e externas. Assim, como não me posso calar, aqui estou a não guardar silêncio.

Em Portugal, na Europa e nos EUA, sobretudo, há já vários anos que toda a comunicação social divulga e/ou debate os diversos escândalos que brotam de dentro da Igreja e provocados por alguns dos seus membros, alguns bem influentes e hierarquicamente colocados no topo. Os últimos escândalos, crimes e pecados graves, como a pedofilia, envolvendo membros do clero com crianças e jovens, é motivo de debates infindáveis. Todos os “peritos” e candidatos a “peritos” se sentem na obrigação de atacar a Igreja com grande violência. Estou a recordar-me de um artigo de opinião de Francisca de Magalhães Barros (Pintora) que li no “Novo Nascer do Sol” de 24 de Fevereiro deste ano. Vamos ao que esta senhora escreveu:

“… ao mesmo tempo que isto (o Relatório da Comissão Independente) se torna público, com testemunhos abjectos uns atrás dos outros por parte das vítimas, dá-se o escândalo dos gastos para a Jornada Mundial da Juventude. Jornada essa composta por padres, monitores de todos os cantos do mundo de onde sabemos também os escandalosos números de abusos sexuais dentro de eventos católicos e da Igreja…”. Ou “… Acham mesmo que neste momento uma criança não foi aliciada ontem, está a sê-lo hoje e não irá sê-lo amanhã?”… E um por aí fora de acusações e insinuações idênticas destilando ódio contra o clero católico e católicos em geral. Sim, esta “perita” tem razão em abominar, como eu, um pai de 4 filhos e avô de 8, todos os ataques pedófilos contra as crianças. Mas deveria pensar e “peritar” que a pedofilia é “doença” de muitas famílias, em muitos centros desportivos e de lazer. Até, esta “perita” deveria saber que, na Holanda, já houve, há poucos anos, e está em dormência, um Partido político que advogava a liberdade sexual das crianças, um Partido de Esquerda, diga-se de passagem. Ou que em Espanha uma Ministra do actual Governo advoga a liberdade sexual para as crianças desde que queiram ter relações sexuais. Nada, absolutamente, justifica o ataque sexual ou outro a uma criança! Nada! E não precisamos de peritos para o afirmar. Nem, muito menos de fazer generalizações abjectas como ela o fez no artigo que referi. 

Sim, há maus padres, freiras e leigos católicos. Muito maus mesmo. Péssimos. Mas a maioria não “navega” nesta onda de abjecção, graças a Deus e à sua (deles) grande fé e coerência de vida. Isto de vir insinuar que as Jornadas Mundiais da Juventude seria um encontro cheio de vorazes pedófilos é demais!
Quantas crianças e jovens foram salvos da desgraça, da prostituição ou da pobreza graças a Padres, Freiras e Leigos Católicos que doaram toda a sua vida pelos mais descartados entre os descartados! Quantos milhares? Obviamente que não se pode tolerar qualquer tipo de abuso contra as crianças, os indefesos ou abandonados. É execrável todo e qualquer acto que belisque a intocabilidade de uma criança (talvez mesmo e sobretudo, antes de nascer ou nesta situação já temos “outro peso e medida”? O Aborto não é um abuso sexual mas um assassínio de um ser humano indefeso).

Se alguma hierarquia acordou tarde e mal, o que não é de admitir, também não podemos acusar “A” hierarquia toda de incúria e muito menos de conivência.

… Quanto ao perdão, a senhora “perita-pintora” deve, ou deveria saber, que o Perdão para os católicos tem sempre lugar no coração de Deus, desde que haja arrependimento e se faça o voto de não voltar a cometer o pecado objecto de correcção e castigo. Deus é Misericordiosíssimo mas é Justo! É neste contexto que se fala do Inferno e do Demónio de que deixou de se referir nas homilias e nas catequeses. O Demónio não é uma imagem para o mal, Pecado mortal e o Inferno existem e aguardam muitos dos pedófilos conhecidos, desconhecidos e outros criminosos com “bom ar” de santos de pechisbeque, sejam Padres, Arcebispos, Bispos, Papa, Cardeais, Freiras ou Leigos. É que pecados graves não são só os da pedofilia, é bom não se esquecer.

Contudo, Perdão não é desleixo, “assobiar” para o lado e fazer “vista grossa” face a crimes inqualificáveis. Perdão é imitar o próprio Jesus que perdoou a quem o matou! “Não sabem o que fazem…”. Ou a Madalena a quem perdoou MAS disse-lhe que não voltasse a pecar!
Perante os crimes, e destaco o da pedofilia, não pode haver silêncios nem encobrimentos. Precisamos de voltar ao anúncio do Pecado, dos pecados, do Inferno e castigo eterno. Temos de ter a coragem da denúncia dos crimes cometidos por quem quer que seja.

No fundo, caros Amigos-leitores, regresse a Igreja ao Evangelho todo mesmo ao que vai contra a corrente! O mundo, e por maioria de razão os católicos, tem de saber que Deus é MISERICÓRDIA mas é igualmente JUSTO.

Poderia ficar calado perante o crime, os crimes hediondos cometidos por irmãos meus na Fé?

Também não posso ficar indiferente e calado face aos ataques à minha Igreja santa com pecadores.



SILERE NON POSSUM!

Carlos Aguiar Gomes, Braga, 2 de Março de 2023.