Há uns anos, um determinado Ministro de um determinado Governo, que tinha
por base uma coligação, por uma birra (ou talvez não) disse que se demitia e
que a sua decisão era IRREVOGÁVEL.
Esta tomada de posição, pensada, ou talvez não, dizem os entendidos, custou
muitos milhões de euros à contabilidade do Estado Português... e gerou, entre
um conjunto muito grande de grande entendidos, sobre tudo e sobre todos, sempre
com resposta pronta para as importantes perguntas da generalidade dos
jornalistas do nosso burgo, uma tomada de posição quase unanime: o governo cairia...
e a culpa seria, claro está, apenas e só deles porque não negociaram, e do PR
da altura porque não estava à altura e não demitia este governo que não tinha o
necessário apoio parlamentar!...
Ironia das ironias, este Governo, assente numa maioria que, os entendidos
diziam não existir, chegou ao fim… e foi a eleições; desta vez em coligação
pré-eleitoral, para que não fossem eventualmente acusados de fraude eleitoral;
e acabou por ganhar as eleições, sem maioria, mas se houve um vencedor, esse
vencedor foi precisamente aquele que todos anunciavam como o perdedor…
Tomada de posse, contra tudo e contra todos… e de repente, os perdedores de
2015 anunciam um novo acordo… um acordo que pretende apenas e só derrotar PSD e
CDS e formar aquilo que diziam ser uma alternativa de esquerda, devidamente
alicerçada num acordo de incidência parlamentar, duradouro e estável, que
pretendia devolver aos Portugueses tudo aquilo que o PS, aquando da negociação
do Memorando de Entendimento acordou em tirar, mais aquilo que o PSD e CDS, por
necessidade ou talvez não fizeram durante os 4 anos de vigência da dependência financeira.
Passa um mês e logo Passos Coelho faz aquilo que disse não ir fazer:
viabiliza o Orçamento Retificativo de 2015, claro está, porque aqueles que
apoiam o PS, decidiram não aprovar este documento… e rapidamente se chega ao
Orçamento para 2016… mais uma vez, algumas medidas foram aprovadas com a
abstenção do meu PSD, que mais uma vez faz o que disse não fazer.
Até que chega 2017, e uma vez mais o PS que anda há tanto tempo a dizer que
o PSD é a causa de todo o mal que se fez ao país, precisa do PSD para aprovar
uma medida que negociou naquilo a que apelidaram de Feira do Gado, mas que não
tem concordância dos Partidos que o suportam na AR.
Chegado a isto, apetece-me dizer que é preciso ter uma lata do tamanho do
mundo para querer imputar as culpas deste fracasso ao PSD… A culpa é de António
Costa que acordou com o PCP, o BE e Os Verdes, algo que aparentemente não está
a cumprir: todos os acordos diziam que não se iria mexer na TSU… até que para
lhes agradar se diminui esta taxa esperando, claro está, que mais uma vez o PSD
seja a muleta, seja aquilo que o PCP tanto dizia, esperando que PSD e PS fossem
farinha do mesmo saco e aprovassem esta medida que segundo a CGTP tira aos
cofres do Estado cerca de 120 milhões de Euros.
Mas Passos Coelho, mais uma vez mostra a fibra de que é feito e contra todos
os tristes barões do meu PSD, contra um grupo generalizado de acólitos do PS,
contra um povo amestrado pela ilusão da facilidade induzida por Costa e seus
seguidores mais próximos anuncia que não mais será uma moleta do PS… e cabe ao
PCP e ao BE e aos Verdes serem aquilo que queriam que PSD e CDS fossem: a
muleta das coisas más, para poderem com uma falta de vergonha que não tem
medida anunciar a vitória do aumento do SMN… um aumento que se faz a troco de
um roubo à Segurança Social, que queriam aprovada pelo PSD, apenas e só para
depois poderem apontar o dedo!...
Vergonha… vergonha que tanta instabilidade tenha tanta desculpa por parte de
tantos que tanto se queixaram da instabilidade do anterior governo… vergonha de
um governo que governa sem saber como, à espera de um qualquer milagre… pode
ser que uma vaca voe e tenhamos sorte… não acredito, mas depois de ver o PM de
Portugal vestido como um vidente, na sua recente visita à India, sou capaz de
começar a acreditar em tudo!