sábado, 20 de fevereiro de 2021

da memória (ou da necessidade da falta dela)

Vivemos tempos estranhos... tão estranhos em que somos confrontados com alguns que tentam apagar a História deste nosso Portugal.

Custa-me ver a forma como alguns se referem a tudo aquilo que fomos... aquilo que fizemos... aquilo que nos levou ao ponto onde hoje estamos.

Não temos que ter orgulho de tudo! Mas temos que saber tudo o que fizemos (os nossos antepassados) para não, eventualmente, virmos a cair nos mesmos erros!... 

Sinceramente custa-me ver a forma como alguns se referiram ao sr TCor Marcelino da Mata... custa-me ver que lhe chamem tudo menos aquilo que ele foi: um humilde servidor da pátria, um servidor de um Portugal que fomos, mas que, sinceramente esperamos nuca vir a ser outra vez... o Homem Marcelino da Mata fez o que fez porque, por um lado cumpriu ordem e porque por outro lado, na altura lhe parecia ser o mais correto.

Sinceramente custa-me ver o sr Deputado Ascenso Simões a pedir a destruição do Padrão dos Descobrimentos... bem sei que é uma construção do Salazarismo... mas, se destruímos isto pelo simples facto de ser uma obra de Salazar também teremos que destruir muitas outras coisas tais como universidades, tribunais, pontes, quarteis, escolas primárias [se bem que, no que diz respeito às escolas primárias, a evolução da taxa de natalidade encarregou-se de fazer isso].

Triste tempos... a este respeito recordo-me das sábias palavras do Papa Francisco quando nos diz que “Sem memória não poderemos ir para frente”... lamentavelmente alguns preferem apagar aquilo que fomos!... 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Padrãos dos Descobrimentos

 Da autoria do arquiteto Cottinelli Telmo (1897 – 1948) e do escultor Leopoldo de Almeida (1898 – 1975), o Padrão dos Descobrimentos foi erguido pela primeira vez em 1940, de forma efémera e integrado na Exposição do Mundo Português. Construído em materiais perecíveis, possuía uma leve estrutura de ferro e cimento, sendo a composição escultórica moldada em estafe (mistura de espécies de gesso e estopa, consolidada por armação ou gradeamento de madeira ou ferro). 

Em 1960, por ocasião da comemoração dos 500 anos da morte do Infante D. Henrique, o Padrão é reconstruído em betão e cantaria de pedra rosal de Leiria, e as esculturas em cantaria de calcário de Sintra. Em 1985 é inaugurado como Centro Cultural das Descobertas. O arquitecto Fernando Ramalho remodelou o interior, dotando o Padrão de um miradouro, auditório e salas de exposições.

Isolado e destacado no paredão à beira do Tejo, o Padrão dos Descobrimentos evoca a expansão ultramarina portuguesa, sintetiza um passado glorioso e simboliza a grandeza da obra do Infante D. Henrique, o impulsionador das descobertas.

Uma caravela estilizada faz-se ao mar, levando à proa o Infante D. Henrique e alguns dos protagonistas (32) da gesta ultramarina e da cultura da época, navegadores, cartógrafos, guerreiros, colonizadores, evangelizadores, cronistas e artistas, são retratados com os símbolos que os individualizam.

Um mastro estilizado, com orientação Norte – Sul, tem em cada uma das faces dois escudos portugueses, com cinco quinas, envolvidos por faixa com 12 castelos e ao centro várias flores-de-lis. Ao mastro adoçam-se, em cada face, três estruturas triangulares, curvas, dando a ilusão de velas enfunadas pelo vento.

A face norte é formada por dois gigantes de cantaria, onde se vêem inscrições em letras metálicas:

No lado esquerdo, sobre uma âncora: AO INFANTE D. HENRIQUE E AOS PORTUGUESES QUE DESCOBRIRAM OS CAMINHOS DO MAR;

No lado oposto, sobre uma coroa de louros: NO V CENTENÁRIO DO INFANTE D. HENRIQUE 1460 – 1960.

Ao centro um lanço de nove degraus dá acesso a um átrio com vista para toda a zona que circunda o Padrão. Um segundo lanço de cinco escadas, um portal com arco de volta perfeita e uma moldura formada pelas aduelas, dá acesso ao interior do monumento.

O Monumento é ladeado por duas esferas armilares em metal, sobre duas plataformas paralelepipédicas.


Características técnicas:

Altura – 56m; Largura – 20m; Comprimento – 46m; Fundações – 20m

Figura central (Infante) – 9m Figuras laterais (32) – 7m

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Fonte: https://padraodosdescobrimentos.pt/padrao-dos-descobrimentos/

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Resistência - Aquele Inverno

A respeito de um Homem que perdeu uma (ou várias) lutas que não tinha que travar... um Homem que devemos respeitar: Marcelino da Mata... PRESENTE!...


Sempre um piano
Um piano selvagem
Que nós gela o coração
E nos trás a imagem
Daquele inverno
Naquele inferno

Há sempre a lembrança
E um olhar a sangrar
E um soldado perdido
Em terras do ultramar
Por obrigação
Aquela missão

Combater a selva sem saber porquê
E sentir o inferno a matar alguém
E quem regressou
Guarda sensação
Que lutou numa guerra sem razão
Sem razão, sem razão

Sempre a palavra
A palavra nação
Que chefes trazem e usam
Pra esconder a razão
Da sua vontade
Aquela verdade

Para eles aquele inverno
Será sempre o mesmo inferno
Que ninguém poderá esquecer
Ter que matar ou morrer
Ao sabor do vento
Naquele tormento

Perguntei ao céu, será sempre assim?
Poderá o inverno nunca ter um fim?
Não sei responder
Só talvez lembrar
O que alguém que voltou, veio contar
Recordar
Recordar

Perguntei ao céu, será sempre assim?
Poderá o inverno nunca ter um fim?
Não sei responder
Só talvez lembrar
O que alguém que voltou, veio contar

-- Resistência - Aquele Inverno



Eutanásia no Tribunal Constitucional

Marcelo Rebelo de Sousa enviou para o Tribunal Constitucional (TC) o diploma do parlamento que despenaliza a morte medicamente assistida, para fiscalização preventiva da sua constitucionalidade.

Diz ele:

"Considerando que recorre a conceitos excessivamente indeterminados, na definição dos requisitos de permissão da despenalização da morte medicamente assistida, e consagra a delegação, pela Assembleia da República, de matéria que lhe competia densificar, o Presidente da Republica decidiu submeter a fiscalização preventiva de constitucionalidade o decreto da Assembleia da República que regula as condições especiais em que a antecipação da morte medicamente assistida não é punível e altera o Código Penal, nos termos do requerimento, em anexo, enviado hoje ao Tribunal Constitucional"...

Sinceramente estranho esta posição... estranho que um católico convicto envie este diploma para o TC "apenas" porque é necessário averiguar se os conceitos de “situação de sofrimento intolerável” e de “lesão definitiva de gravidade extrema de acordo com o consenso científico”, previstos na lei como condições essenciais para que a eutanásia não seja punida estão ou não de acordo com a Constituição... 

Resumindo, o católico Marcelo Rebelo de Sousa concorda com que a morte medicamente assistida não é punível e que portanto devemos de ter o poder de por fim à nossa vida (mas recorrendo ao médico [carrasco] para nos aplicar a dose letal da coisa que nos há-de levar para o outro lado...

Enfim... 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Ser Militar não é ser melhor nem pior, é ser diferente...

Fui militar (Sargento em Regime de Contrato no Exército Português) durante 10 anos. Este tempo, do qual guardo algumas das melhores recordações da minha vida, certamente aliado ao facto de ser filho de um militar da GNR, faz com que tenha muito respeito pelas Forças Armadas e pelas Forças de Segurança. 

Dez anos passados desde o fim da minha prestação de serviço no Exército Português e, no meio de todo este turbilhão de acontecimentos, de avanços e de recuos neste tempo pandémico que a todos tolhe a vida, não posso deixar de concordar e felicitar a nomeação do senhor Vice-Almirante Gouveia e Melo para "comandar" a Task force para o plano de vacinação contra a covid-19. 

Li há pouco, no facebook, a respeito desta escolha que, “Ser Militar não é ser melhor nem pior, é ser diferente..." 

Estou completamente de acordo: ser Militar não é ser melhor nem pior, é ser diferente... sendo que é nessa diferença que reside a mais valia de empregar as FA’s e de Segurança em determinadas missões. E esta é uma daquelas missões em que estou certo que a capacidade, a organização e a resiliência do Ser Militar vai sobressair e contribuir para que todo este trabalho de vacinar por duas vezes 10 milhões de habitantes corra da melhor forma possível.

Boa missão ao sr Vice-Almirante. Portugal e os portugueses contam consigo.