sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Obrigado Pedro Passos Coelho



Encerra-se, ou, espero eu, interrompe-se hoje um ciclo da nossa história. Com a realização do 37.º Congresso Nacional do PPD/PSD, assistimos à “saída de cena” de Pedro Passos Coelho, que em minha opinião foi o melhor Primeiro-ministro de Portugal.


Pedro Passos Coelho, um jovem, saído das J’s, teve sempre com ele o fardo de ter sido isso mesmo: o produto das aspirações dos jovens, das suas irreverências, das suas teimosias, do seu pensamento, alguém que um dia, sendo ainda “jovem”, chegou ao lugar onde muitos menos jovens não conseguiram chegar.
A história recente é feita de muito esquecimento. Muitos de nós, muitos votantes do meu PPD/PSD, e não só, esqueceram depressa demais as condições em que Pedro Passos Coelho chegou ao tão almejado lugar de Primeiro-ministro: um país extremamente endividado, em clima de campanha eleitoral estranha, com uma “associação de credores” a entrar no país pelas mãos do PS, que assina um documento a que chama de Memorando de Entendimento, que traça regras orçamentais extremamente apertadas, para além de cortes que, hoje se vê, estão bem felizes por não terem sido eles (PS) a terem a “infelicidade” de as aplicar.
A este respeito, recordo as palavras do senhor António Passos Coelho (pai do Pedro) que, na altura da campanha para as eleições de 2011, dizia qualquer coisa como isto: «Vais-te lixar»!... e a verdade é que o Pedro, rapidamente começou a ser vaiado, assobiado, enxovalhado… e apenas e só, porque tentou fazer aquilo que lhe competia: colocar as contas em ordem, recuperar a credibilidade externa de Portugal, encetar a recuperação da economia e do emprego... no fundo, refazer aquilo que o Ps destruiu!...
A meu ver, Passos Coelho fica para a história como um governante que colocou os interesses do país acima dos interesses pessoais e do partido que liderava, promovendo, ou, pelo menos tentando promover, reformas para o futuro, mas que um dia se viu a contas com uma vitória amarga!... mesmo para quem diz “que se lixem as eleições”.
E, eis que em 2015, que acaba por vencer, mas pela primeira vez na história da democracia portuguesa, a um vencedor de eleições legislativas não é conferido o “direito” de governar e isto, apesar do Presidente Cavaco Silva lhe ter dado posse para liderar o Executivo que fica para a história como o Executivo mais curto da história: durou apenas 11 dias.
E eis-nos confrontados com esta estranha forma de governar, em que um é partido de governo e os outros estão dentro, mas com os dois pés fora e sempre à espreita para poderem espetar mais uma facada!... e mais uma vez Pedro Passos Coelho, que um dia disse, “Eu não me demito”, assume o seu lugar de líder da oposição. Uns dirão que boa, outros nem por isso, eu fico pela oposição conseguida, já que pouco mais haveria a fazer perante este governo “da propaganda”, “centrado no curto prazo”, “capaz de fazer a esparregata para agradar a todos” e que “tem como marca de água equilibrar no dia a dia para sobreviver no médio prazo”.
Pelo contrário, Passos Coelho liderou o governo que tirou Portugal da pré bancarrota, que recuperou a credibilidade externa, que começou a recuperação da economia e do emprego, que iniciou um ambicioso programa de reformas que alargou as possibilidades do país para futuro e, que mesmo com tanta campanha contra, promovida por tantos comentadores e comentadeiros, isentos ou nem por isso, de outros partidos e do meu PPD/PSD conseguiu voltar a ganhar eleições.
Passos Coelho termina, ou, quem sabe, interrompe a sua caminhada com uma frase interessante: “Fizemos o que era essencial e importante. Nisso não falhámos ao país”.
A história encarregar-se-á de o julgar… da minha parte, tenho o juízo feito!... se hoje tivesse que votar, com toda a certeza votaria da mesma forma: colocaria Portugal à Frente e votaria Pedro Passos Coelho!...